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Incêndios 2024

Dinheiro já começou a chegar, mas MAI evita falar sobre incêndios de setembro

09 out, 2024 - 10:29 • Filipa Ribeiro

Margarida Blasco afirma não ter recebido o relatório da ANEPC e opta por não comentar incêndios de setembro. Na Comissão de Assuntos Constitucionais no parlamento, a ministra referiu que mais de um terço dos incêndios resultaram de fogo posto e que primeiras transferências começaram a chegar às zonas mais afectadas.

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Quase um mês depois dos grandes incêndios de setembro a ministra da Administração Interna é ouvida na Comissão de Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias, mas sem querer falar sobre os fogos que atingiram o norte do país.

Na única referência que fez, Margarida Blasco adiantou apenas que já começaram a chegar as primeiras transferências às zonas mais afetadas pelos fogos, mas remete mais pormenores para o ministro da Coesão Territorial. À Renascença, fonte do ministério confirma que a totalidade dos 100 milhões de euros já foram entregues às CCDR do Norte e Centro. Recorde-se que já este fim de semana, em entrevista ao Diário de Notícias o ministro tinha confirmado a realização das transferências.

Esta quarta-feira, a ministra da Administração Interna foi chamada a pedido do grupo parlamentar do PCP e do PS ao parlamento para falar sobre os incêndios na Madeira e os meios da proteção civil no verão de 2024 e, por isso, sempre que questionada sobre os fogos de setembro, Margarida Blasco não respondeu defendendo que o tema "se singe a matéria que não está nos requerimentos formulados" para a audição desta quarta-feira.

A ministra da Administração Interna explica ainda que não recebeu o relatório da Autoridade Nacional da Proteção Civil com o que correu bem e o que correu mal apontando que no dia 22 de Outubro poderá dar mais pormenores. "Quando vier à outra audição regimental já terei esses dados e terei todo o gosto em partilhá-los".

Margarida Blasco assegura que os incêndios deste ano tiveram o maior dispositivo de meios envolvido e recorda alguns números que começam a ser conhecidos.

Mais de um terço dos incêndios em 2024 resultaram de fogo posto

Até 7 de outubro 35% dos incêndios que correspondem a 79.118 hectares resultaram de fogos por "indivíduos imputáveis" diz a ministra da Administração Interna. No Parlamento, Margarida Blasco apresentou alguns dados apontando ainda que 22% dos fogos, 20.956 hectares por "causas decorrentes de queimas e queimadas", 14% "foram acidentais por transportes, comunicações e maquinaria que fizeram arder 5.317 hectares" e 9% "decorrentes de reacendimentos que queimaram 9.705 hectares".

Apesar de serem dados "pré-conhecidos" e de ainda não estar concluído o relatório, Margarida Blasco adiantou outros dois dados: o distrito com maior número de incêndios é o Porto com 1.393 fogos registados e os distritos com maior ardida são Viseu - 49.558 hectares ardidos; Aveiro com 27.235 hectares ardidas e o Porto com 20 mil hectares.

Sobre os dispositivos disponíveis para o Verão deste ano, a ministra garante que houve um "reforço" da vigilância.

Incêndios na Madeira. Continente ofereceu ajuda e governo regional disse que "não seria necessário"

Já sobre os incêndios na Madeira, a ministra realça que o Governo Regional tem "autonomia sobre a gestão de meios". Ainda assim, Margarida Blasco fez a cronologia dos acontecimentos. De acordo com a ministra da Administração Interna, a Autoridade Nacional da Proteção Civil teve conhecimento do incêndio na Madeira na manhã de 14 de agosto e que no dia seguinte, à hora de almoço, o Presidente da ANEPC telefonou ao Presidente Regional da Protecção Civil a disponibilizar ajuda e a resposta dada pela Madeira foi de que "não seria necessário pois estava tudo controlado".

Margarida Blasco diz que foi então respeitada a autonomia da região e que no início da tarde de 16 de agosto o secretario de Estado da Proteção Civil "precavendo um eventual pedido de auxílio" pediu ao presidente da ANEPC para delinear um plano para enviar para a Madeira. De acordo com a MAI, o pedido de ajuda do Governo Regional da Madeira chegou no dia seguinte, a 17 de agosto e que esse "recebeu resposta imediata" com o envio dos primeiros 76 operacionais.

A ministra recorda que os meios continuaram a ser reforçados com o envio de mais 60 operacionais no dia 21 de agosto e ainda com o encio , atrav+es do Mecanismo Europeu da Proteção Civil, de dois meios aéreos de combate a incêndios.


Grupo de Trabalho quer carreira dos Bombeiros regulamentada "no próximo ano"

Ao lado da ministra da Administração Interna na audição desta quarta-feira, no parlamento, estava o secretário de Estado do MAI Paulo Simões Ribeiro que vai coordenar o grupo de trabalho constituído que vai trabalhar uma proposta para rever a carreira dos bombeiros.

No parlamento, Paulo Simões Ribeiro indicou que o objetivo é "cuidar da carreira de bombeiros voluntários, criar benefícios e regalias e avaliar o que há a fazer para a formação dos profissionais".

O secretário de Estado realçou que o grupo tem 60 dias para apresentar resultados e que espera que a carreira que está por regulamentar há 17 anos venha a ser regulamentada "no próximo anos".

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