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Reportagem

​“Portão fechado, onde vou deixar a miúda?” Greve de não docentes fecha escolas

04 out, 2024 - 13:50 • Cristina Nascimento

Alunos acolhem com alegria “dia para descansar”, mas também revelam preocupação. “Hoje tinha matemática e é importante, não ter uma ou duas aulas talvez prejudique um bocado”, diz um dos alunos que ficou sem aulas esta sexta-feira de manhã.

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Escolas fechadas, pais atrapalhados e alunos felizes, mas com algumas preocuopações. Oiça a reportagem de Cristina Nascimento
É a terceira sexta-feira consecutiva em que as escolas são afetadas por greves. Foto: Cristina Nascimento/RR

“Portão fechado!” A expressão de espanto é de uma mãe que, ao chegar ao portão da escola da filha, depara-se com o papel que anuncia “escola encerrada”.

Pega no telefone, liga ao pai da criança e anuncia que não vai haver escola. “Meu Deus”, ouve-se do outro lado da linha, revelando o transtorno que causa o encerramento do estabelecimento de ensino. “Ninguém falou nada, incomoda muito. Faz-se a programação para o dia e agora vou fazer o quê… tenho de ir trabalhar, onde vou deixar a miúda”, questiona esta mãe.

A menina não presta muita atenção, é ainda pequena e frequenta o Jardim de Infância da Escola António Nobre, em São Domingos de Benfica.

Numa distância de cerca de cinco quilómetros, nas juntas de freguesia de Benfica e São Domingos de Benfica, há 10 escolas públicas de vários graus de ensino. Neste dia de greve de trabalhadores não docentes, a maioria está total ou parcialmente encerrada.

Uma das que fechou é a Escola Delfim Santos, com cerca de 1.100 alunos, de segundo e terceiro ciclo. Um dos alunos de 7.º ano fica contente com a notícia. "Andamos com as mochilas muito pesadas, devíamos ter pelo menos um dia de folga de vez em quando", começa por dizer. No entanto, questionado sobre se não o preocupa não ter aulas, reflete e acrescenta: "Fico um bocado, porque ainda há falta de professores e ter menos aulas não vai ajudar nada".

Às 8h00 da manhã, junto à Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica, o portão está praticamente fechado, só entram os professores. Os alunos acumulam-se até que vem a notícia: a escola não abre de manhã.

“É um alívio, é sexta-feira, é para descansar”, diz um dos alunos entrevistado pela Renascença. Mas depois reconhece que a falta das aulas pode fazer falta.

O jovem de quase 14 anos explica que hoje teria Matemática, “que é um bocado importante”. “Se não tivermos uma ou duas aulas talvez prejudique um bocado”, reconhece.

Ao lado, a colega não se mostra preocupada. “Hoje não há aulas, é bom, porque hoje é sexta-feira e assim temos um fim de semana prolongada. Para mim é 100% bom, assim descansamos”, diz.

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