27 set, 2024 - 12:28 • Redação
A greve do pessoal não-docente (assistentes operacionais e técnicos) nas escolas estava agendada para esta sexta-feira. Ao que tudo indica, a paralisação não afetou as escolas em Vila Nova de Gaia que, às oito da manhã, funcionavam com aparente normalidade.
Em Canelas, no concelho de Vila Nova de Gaia, o cenário não é muito diferente. A escola Básica e Secundária de Canelas estava de portões fechados (por questões de segurança) mas a funcionar quase a todo o gás.
Faltaram três funcionários, mas, para o diretor do agrupamento Artur Vieira, o número não era suficiente para fechar a escola. "Estamos a jogar com números e não com a qualidade do serviço. Quando os três funcionários que faltam têm alunos com necessidades educativas ao seu encargo é muito complicado", disse, no entanto, o diretor.
A escola Básica e Secundária de Canelas conta com 22 funcionários destacados para cerca de 1400 alunos, mas para Artur Vieira não são suficientes. "Hoje em dia, as escolas têm os funcionários possíveis e a greve só veio agravar um problema que já existe", acrescenta.
Para melhor explicar o problema da falta de assistentes operacionais, o diretor do agrupamento fez uma comparação entre a mecânica de um carro e a logística de uma escola.
Com três funcionários em greve, o diretor diz que é "extremamente difícil" fazer a vigilância dos alunos. Numa escola com a dimensão da escola Básica e Secundária de Canelas há muitos cantos que ficam sem supervisão e "se algo correr mal de quem é a culpa? É do diretor", lamenta Artur Vieira.
Uma das funcionárias desta escola, Luísa Coelho, também considera perigoso não haver mais vigilância no recinto escolar. "Por muito que queiramos trabalhar, não se consegue, porque não há pessoal". E essa é a maior reivindicação desta paralisação: a exigência de mais assistentes operacionais e técnicos nas escolas, para além, de melhores condições salariais.
"Faz-se muito com muito pouco", acrescenta Luísa Coelho.
A falta de pessoal não-docente nos agrupamentos de ensino já tem uma nova greve agendada para a semana. Na escola Básica e Secundária de Canelas espera-se mais adesão. "A escola não deve abrir na próxima sexta-feira. Além dos [funcionários] que faltaram hoje, vão faltar muitos mais", finaliza a assistente operacional.