20 set, 2024 - 06:00 • Anabela Góis
Dois milhões e 600 mil vacinas para a gripe sazonal e a covid-19, de um total de cerca de 5 milhões que foram compradas para a campanha deste outono/inverno, já foram distribuídas pelos cerca de 3.500 pontos de vacinação por todo o país (2.500 farmácias e mil unidades de cuidados primários). A campanha arranca esta sexta-feira.
Mais cedo do que o habitual, quem já completou 85 anos ou pertence aos grupos de risco elegíveis para a vacinação, já começou a receber uma mensagem no telemóvel a dizer que vai ser contactado pelo centro de saúde para fazer a marcação.
Numa segunda fase, os SMS vão chegar a quem tem entre 60 e 84 anos, mas, neste caso, a mensagem informa que pode dirigir-se à farmácia ou ao centro de saúde para ser vacinado.
Esta é uma das novidades deste ano. Em declarações à Renascença, a diretora-geral da Saúde explica que “foi uma das lições aprendidas da campanha do ano anterior”.
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“As pessoas têm livre escolha e podem decidir se querem vacinar-se na farmácia ou no centro de saúde”, sendo que é aconselhável “que contactem a farmácia ou o centro de saúde para agilizar o processo e garantir que não faltam vacinas”, diz Rita Sá Machado.
A outra novidade da campanha deste outono/inverno é o alargamento, a todas as pessoas com 85 ou mais anos, das vacinas para a gripe com dose reforçada que no ano passado só foram dadas a residentes de lares de idosos e utentes da Rede de Cuidados Continuados.
Com esta novidade veio também a polémica, já que estas vacinas de dose reforçada ficam fora das farmácias. São administradas exclusivamente nas unidades do SNS, ou seja, nos centros de saúde e USF.
Rita Sá Machado explica que a opção foi evitar a dispersão por vários locais, porque está em causa um número reduzido de doses. “São 360 mil vacinas para gripe de dose reforçada e este ano temos cerca de 3.500 pontos de vacinação, entre o Serviço Nacional de Saúde e as farmácias, e assim optámos pela concentração da vacinação no SNS, até para aproveitar o contacto dos idosos com o seu enfermeiro de família”, sublinha.
A diretora-geral da Saúde garante também que o processo será escrutinado e, se forem apontadas falhas, haverá correções.
“Vamos fazer uma monitorização apertada e, se for necessário, implementaremos as medidas que forem necessárias. Agora, o nosso intuito é, sem dúvida, obter uma boa cobertura vacinal para todas as faixas etárias.”
As metas da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a gripe apontam para uma taxa de vacinação de 75% entre as pessoas com 65 anos ou mais anos. Esse é, sublinha a diretora-geral da Saúde, “o nosso objetivo para este ano de campanha de vacinação sazonal”. Já quanto à covid-19, “não há uma meta específica pelo que o nosso objetivo é manter a taxa de vacinação do ano passado”, afirma.
A vacinação contra a gripe e contra a covid-19 é recomendada e gratuita a partir dos 60 anos, para profissionais de lares de idosos, doentes de risco, grávidas e profissionais de saúde, bombeiros envolvidos no transporte de doentes, prestadores de cuidados a pessoas dependentes e profissionais de distribuição farmacêutica, pessoas em situação de sem-abrigo e estabelecimentos prisionais.
Neste momento, já estão em Portugal e já foram distribuídas por todo o país 1,2 milhões de vacinas para a covid-19 e 1,4 milhões para a gripe.
"Vá lá vacinar-se" é o lema da campanha deste ano.