20 set, 2024 - 18:33 • Lara Castro
Nos últimos dias, devido aos incêndios florestais, registou-se uma “enorme emissão de poluentes” em Portugal. Quarta-feira foi o dia com pior qualidade do ar, segundo dados do sistema de informação QualAr.
À Renascença, Francisco Ferreira, da Associação Zero, explica que as partículas poluentes são resultado da combustão da madeira e da vegetação.
“Nós falamos de partículas, mas, no fundo, é uma miscelânea de uma série de compostos, alguns deles perigosos e que vão afetar, principalmente, as crianças, os idosos e as pessoas com problemas respiratórios”, explica, frisando que faltaram os alertas à população para lidar com esta situação.
"É fundamental termos avisos que funcionem para a população usar máscara, algo que, no nosso entender, falhou completamente e que deve ser resolvido”, acrescenta.
Francisco Ferreira esclarece que “o dióxido de carbono não afeta a qualidade do ar do ponto de vista da saúde, da população e mesmo dos ecossistemas”, mas sim as partículas poluentes que são resultado da combustão.
Se estas partículas forem respiradas ao longo de vários dias ou mesmo por algumas horas em concentração muito grande, podem ser “fator de agravamento de problemas cardiovasculares, cardiorrespiratórios”. Por isso mesmo, o presidente da associação ambientalista aponta para falhas no aviso à população da má qualidade do ar.
O valor médio máximo legal para 24 horas de emissão de partículas inaláveis — PM10 — é de 50 microgramas, valor que não deve ser ultrapassado. Em algumas regiões do país, o valor por metro cúbico de partículas atingiu mil microgramas, como foi o caso de Coimbra, na terça-feira de madrugada, segundo dados da QualAr. Com o abrandar dos incêndios, a situação da qualidade do ar já está a normalizar.