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​Risco para a saúde: fumo vai continuar no ar mesmo sem incêndios ativos

19 set, 2024 - 10:27 • Hugo Monteiro

Médicos de Saúde Pública prevêm aumento de procura dos serviços de urgência. Hospital de São João, no Porto, confirma casos de dispneia, pouco habituais nesta época do ano.

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O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública (AMSP), Gustavo Tato Borges, avisa que, “até um a dois dias após o fim do do combate aos incêndios, as poeiras e as cinzas irão continuar no ar”, pelo que se prevê “um aumento da procura” dos serviços de saúde, nomeadamente das urgências “devido à inalação de fumos”. Uma procura “que poderá prolongar-se pelos próximos dias”.

Gustavo Tato Borges insiste, por isso, nas recomendações para que se evitem saídas à rua. O clínico sugere que doentes com problemas respiratórios, idosos e crianças fiquem no interior dos edifícios, exceto em casos de extrema necessidade.

“Pessoas com asma, doença pulmonar obstrutiva crónica ou, até, um tipo de outra patologia respiratória mais reativa” sentem os efeitos "logo nos momentos iniciais da exposição ao fumo”. Já “as pessoas que não têm patologias e que, portanto, são saudáveis ponto de vista respiratório, provavelmente poderão ainda aguentar um pouco esta inalação de fumos”, explica o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública.

Urgência do São João com mais procura

A diretora do serviço de urgência de adultos do Hospital de São João, no Porto, confirma, à Renascença, que já se sente uma maior procura por parte de utentes devido a problemas respiratórios.

“Já temos alguns casos de dispneia [ou falta de ar] que não são tão habituais nesta fase do ano. Portanto, acreditamos que possa haver aqui influência dos incêndios”, diz Cristina Marujo.

A responsável alerta para o facto de que “num sistema já de si com um equilíbrio que não é fácil”, esta é uma “carga suplementar” de que os hospitais “não estavam à espera” o que “obviamente, traz problemas”.

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