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Incêndios: Proteção Civil antevê "noite complicada" com vento forte

17 set, 2024 - 23:22 • Lusa

O comandante nacional da Proteção Civil nega que tenha havido descoordenação no combate aos fogos e diz que a rede de comunicações não falhou.

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O comandante nacional da Proteção Civil anteviu esta terça-feira uma "noite complicada" no combate aos incêndios, com previsões de vento forte, adiantando que até ao momento os fogos já obrigaram a realojar 62 pessoas.

"O dia de hoje foi um dia bastante difícil, com um combate muito duro, em que a prioridade foi a salvaguarda da vida das pessoas e dos seus bens e depois, à medida que foi sendo possível, foram-se consolidando trabalhos nalguns dos incêndios que estão ativos. A noite vai ser também um período complicado. É expectável que o vento continue forte do quadrante leste. Apelava a todos que se mantivessem com a calma e a tranquilidade necessárias para passar esta noite que vai ser complicada, que mais uma vez acatem as indicações das autoridades", disse André Fernandes.

O comandante nacional falava no "briefing" de ponto de situação às 20h00 do combate aos incêndios no território continental, que assolam sobretudo as regiões norte e centro.

Segundo as informações prestadas na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), há neste momento 64 incêndios em cursos, dos quais 30 são considerados ocorrências significativas, que envolvem 3.888 operacionais, apoiados por 1.208 meios terrestres.

No total, abrangendo ocorrências em resolução e não significativas, estão no terreno 6.041 operacionais e 1.837 meios terrestres.

Foram ativadas cinco zonas de concentração de apoio à população, das quais três tiveram hoje atividade, e segundo André Fernandes estas estruturas realojaram hoje 62 pessoas.

Segundo a Proteção Civil, em Albergaria-a-Velha foram apoiadas 23 pessoas, 33 em Águeda e seis em Sever do Vouga.

Ainda de acordo com o comandante nacional, foram evacuados dois lares em Águeda, sendo as pessoas transferidas para as instalações da Santa Casa da Misericórdia local.

No dia em que se juntaram ao combate aéreo os aviões pesados "Canadair" vindos de França e Itália, foram realizadas 177 missões aéreas, das quais 81 em ataque inicial e 96 em ataque ampliado, com uma taxa de sucesso de 91%.

Há 25 municípios afetados pelos fogos, 10 na região centro e 15 na região norte: Albergaria-a-Velha, Arganil, Baião, Cabeceiras de Basto, Castro Daire, Celorico de Basto, Chaves, Cinfães, Gondomar, Guimarães, Lamego, Marco de Canavezes, Nelas, Oliveira de Azeméis, Paredes, Penalva do Castelo, Póvoa do Lanhoso, Resende, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Sever do Vouga, Tábua, Vila Nova de Paiva, Vila Pouca de Aguiar e Viseu.

Em consequência dos incêndios foram ativados 11 planos de emergência municipais e dois distritais.

Há ainda vias cortadas, nomeadamente, a A25 no nó de Albergaria-a-Velha, Mangualde e Chãs de Tavares, cortada nos dois sentidos; a A24, em Castro Daire; a A43, em Gondomar, no nó com a A41; a A41, em Medas, também cortada nos dois sentidos; a A11, em Marco de Canavezes, no nó com a A42, cortada no sentido norte-sul; e a A28, em Apúlia, Póvoa de Varzim, cortada nos dois sentidos.

Segundo a ANEPC, a ferrovia não tem qualquer corte, fazendo-se a circulação com normalidade.

Questionado pelos jornalistas, André Fernandes negou que tenha havido descoordenação no combate aos fogos, disse que a rede de comunicações não falhou, e destacou antes a eficácia: hoje durante o dia houve 213 ignições novas e 195 foram dominadas antes de 90 minutos.

Sobre os três bombeiros que morreram esta terça-feira André Fernandes disse que "estavam em trabalho e foram afetados pela linha de fogo", e que três outros bombeiros conseguiram fugir. A viatura não foi afetada, disse, afirmando que não tem mais detalhes ainda.

Sobre o número de feridos e de habitações afetadas disse não ter ainda dados completos.

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