16 set, 2024 - 13:58 • Tomás Anjinho Chagas
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) revela que quer contratar 250 trabalhadores até ao final do próximo ano. A informação é avançada pelo novo provedor, Paulo Sousa, em declarações à Renascença e à RTP durante a manhã desta segunda-feira.
Na sequência da notícia do Público, da semana passada, onde o jornal escreve que 207 trabalhadores mais velhos vão ser dispensados, o novo provedor confirma as saídas, mas destaca que se trata de uma reestruturação para rejuvenescer os quadros, e que, por isso, há pessoas que vão ser recrutadas em sentido contrário.
"Nós temos a expectativa de, até ao final do próximo ano, vir a recrutar 250 novos quadros", sublinha Paulo Sousa em declarações à margem da reabertura do 4º piso da Unidade de Cuidados Continuados Maria José Nogueira Pinto, em Cascais, que reforça a capacidade com mais 15 camas. No total há espaço para 83 utentes.
Paulo Sousa fala no "rejuvenescimento dos quadros" da Santa Casa da Misericórdia e assegura que "ninguém vai ser despedido", referindo-se à saída dos 207 funcionários, sublinhando que todos têm mais de 65 anos.
Questionado pela Renascença se teme que a imagem da Santa Casa da Misericórdia saia manchada nos próximos meses com o arranque da Comissão de Inquérito à instituição, o provedor, Paulo Sousa, rejeita comentar e salienta o papel social da Santa Casa.
"Acho que todos devemos estar conscientes da relevância do papel da Santa Casa, daquilo que representa e como milhares de pessoas na cidade de Lisboa dependem desta organização. É nisso que devemos estar concentrados e em defender o papel de uma instituição que todos os dias, com um conjunto de pessoas e de equipas, dão o seu melhor e se focam naqueles que mais apoio precisam. É isso que continuaremos a fazer. De resto, nada mais posso dizer-vos, desconhecemos aqui o que vão ser os próximos meses", secou Paulo Sousa.
O novo provedor confirma ainda que a Santa Casa tenciona vender o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, tal como tinha sido avançado pelo jornal Nascer do Sol, e revela que já há interessados.
"O processo da alienação tinha sido começado já há algum tempo, estava parado e o que fizemos foi dar-lhe ritmo e concluir o o programa que tinha sido definido. Recentemente recebemos até propostas vinculativas que estão, neste momento, a ser analisadas", explicou Paulo Sousa, recém-nomeado.
O novo dirigente da Santa Casa explica que não pode dar dados sobre quem são os interessados, mas promete novidades para breve.