14 set, 2024 - 08:16 • Ana Kotowicz , Miguel Coelho
(Em atualização)
O incêndio do Fundão, que deflagrou na sexta-feira ao início da tarde, está praticamente dominado, depois de uma noite complicada. Segundo António Fonseca, do Comando sub-regional das Beiras e Serra da Estrela, as frentes estão “praticamente dominadas e em rescaldo”.
No entanto, ainda há fragmentos de poucas dezenas de metros que merecem a atenção dos bombeiros para evitar reacendimentos, explicou o comandante das operações que falava aos jornalistas, no Fundão, para fazer o balanço das operações, às 10h10 deste sábado.
“Temos quatro aviões e um helicóptero que estão a fazer o arrefecimento desses pontos quentes”, esclareceu António Fonseca. Quanto a feridos, disse não haver situações a lamentar, não existindo também quaisquer habitações em risco.
Nas próximas horas, os bombeiros irão “manter a vigilância” e “trabalhar na consolidação” do rescaldo, para que o incêndio não volte a progredir.
“O grande inimigo foi o vento.” Durante a noite, explicou o comandante das operações, foi a força do vento que dificultou os trabalhos e, por isso, o que o preocupa mais nas próximas horas não são as temperaturas elevadas (previstas para todo o país), mas o regresso do vento que pode conduzir a um reacendimento.
“A partir do momento em que houve ligeira diminuição do vento, conseguimos colocar operacionais nas frentes”, explicou. “Não ficou nada por preencher, não ficaram pontas soltas para reacendimentos.”
Assim, às 10h00 de sábado, “o desfecho é bom”, concluiu António Fonseca. “Já não podemos falar em frentes, são fragmentos de poucas dezenas de metros”, mas que ainda podem levar a reacendimentos.
O incêndio, que agora está mais controlado, consumiu uma vasta área de pinhal e mato e chegou a ameaçar habitações, como contou à Renascença o presidente da Câmara Municipal do Fundão.
Na localidade da Barroca do Zêzere chegaram a estar várias habitações em risco, mas conseguiu-se com o perímetro de segurança e com o apoio dos meios, evitar males maiores”, disse Paulo Fernandes. “Diria que risco para as habitações não existe, mas estamos a lidar com reacendimentos permanentes.”
O autarca disse ainda que a noite foi difícil e fez temer o pior, quando o fogo chegou a ameaçar a população. “Foi uma noite muito, muito complicada até às três, três e meia da manhã. Foi de uma enorme violência e de progressão descontrolada do incêndio.”
A estabilização, relatou Paulo Fernandes, conseguiu-se já no princípio da manhã.
Dois bombeiros sofreram ferimentos ligeiros — um ficou magoado num pé, o outro inalou fumos –, neste incêndio que levou a "uma grande extensão de área ardida, e com muitos meios empenhados", explicou, no balanço anterior, José Costa, do comando da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
No terreno, estavam 647 operacionais, 205 veículos e nove máquinas de arrasto. Além disso, a estrada nacional [EN] 238 estava interdita entre Dornelas e Silvares.