13 set, 2024 - 14:59 • Jaime Dantas
A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) publicou um estudo cuja principal conclusão é que "Portugal precisa de mais imigração se quiser elevar o crescimento e o nível de vida".
Isto porque, segundo explica à Renascença um dos autores do estudo e diretor da FEP, Óscar Afonso, para alcançar uma taxa de crescimento de 3% ao ano, que - permitiria o país entrar no conjunto dos países mais ricos da União Europeia - seria necessário "subir a taxa de imigração média para 1,32%, um fluxo médio anual de 138 mil imigrantes, que permitia compensar o saldo natural negativo e, com isso, estabilizar a população".
"Se não tivermos imigrantes, na verdade, estamos a limitar um dos fatores que é o fator trabalho, e isso vai limitar o nosso crescimento", diz o académico.
A grande causa da imigração dos jovens portugueses "fraco crescimento económico e na consequentemente estabilização do nível de vida", conta Óscar Afonso, que constata que, através do crescimento sustentado pela mão de obra imigrante seria possível melhorar o nível de vida da população e com isso, fixar os jovens em Portugal.
"Não havendo crescimento, o nível de vida também não sai do sítio", sublinha.
Por este motivo, o professor catedrático diz que o "boom do turismo e o PRR" deve ser aproveitado porque "quando Portugal cresce acima da média recebe muito mais imigrantes".
Ainda assim, "tendo em consideração que o governo tem minoria" Óscar Afonso conclui admitindo o seu ceticismo de que se consigam "fazer as reformas estruturais".