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​Limitar telemóveis foi um sucesso em escola de Cinfães. "Antes era um desespero"

11 set, 2024 - 23:24 • Fátima Casanova

O Governo recomendou a proibição do uso de telemóveis nas escolas até ao 6.º ano de escolaridade, mas alguns estabelecimentos de ensino já testaram a medida e os alunos ganharam tempo para conviver, brincar, trabalhar, conversar e socializar.

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Manuel Pereira alerta para "dificuldades de socialização" dos alunos devido às redes sociais
"O tempo da escola precisa de ser um tempo de conviver, brincar, trabalhar, conversar, socializar", diz Manuel Pereira

A proibição ou limitação do uso de telemóvel foi um sucesso numa escola de Cinfães no último ano letivo. A medida dá aos alunos mais tempo para brincar, socializar e trabalhar, afirma o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, em declarações à Renascença.

O Governo recomenda a proibição do uso de telemóveis nas escolas até ao 6.º ano de escolaridade. A medida foi anunciada esta quarta-feira pelo ministro da Educação.

Fernando Alexandre disse que os smartphones podem ser prejudiciais no desenvolvimento dos alunos mais novos. Uma conclusão apoiada em vários estudos já realizados sobre este assunto.

A medida do Governo foi bem recebida pelo presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, para quem a proibição de telemóvel na escola já não é uma novidade.

No agrupamento que dirige em Cinfães, os 600 alunos do 2.º e 3.º ciclos já não usam o telemóvel no espaço escolar, desde o último ano letivo. A medida contou com o apoio dos encarregados de educação.

Manuel Pereira considera que o passo agora dado pelo Governo era inevitável, tendo em conta a dependência que muitos alunos já têm do telemóvel.

“O Ministério apenas faz a leitura do que está a acontecer no país e das dificuldades em termos de socialização que as crianças e os jovens estão a ter por demasiado tempo ligados às redes sociais.”

O diretor defende que “o tempo da escola precisa de ser um tempo de conviver, brincar, trabalhar, conversar, socializar”.

“A experiência que tínhamos nos anos anteriores era que todos os alunos esperavam desesperadamente pelo intervalo para se agarrarem ao telemóvel e, depois do toque de entrada, entravam pelas salas agarrados ao telemóvel. Era um desespero. O ano letivo anterior, com a experiência que pusemos em prática, foi um sucesso”, sublinha.

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Restrição ao uso de telemóvel "teve muito sucesso e vamos replicar", afirma Manuel Pereira

Nestas declarações à Renascença, Manuel Pereira diz que no ano letivo que agora começa vai manter-se a proibição do uso de telemóvel no Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, porque o balanço do primeiro ano da medida é muito positivo.

“Foi um ano muito interessante, em que, no essencial, os alunos foram cumprindo. Nunca proibimos os alunos de trazer o telemóvel, a única coisa que proibimos foi que utilizassem nos espaços públicos e demos a informação que, se quisessem falar com alguém, para se dirigirem ao espaço especial onde estavam funcionários e poderiam usar o telemóvel acompanhado por funcionários num espaço privado. Foi uma decisão que tomamos, que teve muito sucesso e que vamos replicar este ano.”

Os alunos de 2% dos agrupamentos escolares já não usam o telemóvel na escola, segundo o ministro da Educação.

No final do conselho de ministros desta quarta-feira, Fernando Alexandre disse ainda que nesta altura, em véspera do arranque do ano letivo, estão 1.091 horários sem professor, assumindo que não é possível resolver o problema de um dia para o outro.

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