06 set, 2024 - 18:00 • Fátima Casanova
A falta de professores está a ensombrar o arranque do ano letivo. Ainda esta sexta-feira, o ministro da Educação admitiu que milhares de alunos não vão ter professor, pelos menos, a uma disciplina.
Apesar da falta de docentes para dar aulas, não estancam as aposentações.
Em outubro, de acordo com as listas da Caixa Geral de Aposentações, reformam-se 398 professores e já neste mês de setembro aposentam-se 458.
É o número mais alto da última década. A corrida à(...)
A Renascença fez as contas: nestes dois meses de arranque de ano letivo, a escola pública perde, pelo menos, 856 professores, o que representa mais 130 do que em igual período do ano passado.
Desde janeiro já se reformaram mais de 3.100 professores, um número que já ultrapassa o verificado em cada um dos anos anteriores, no período entre 2014 e 2022.
A uma semana do arranque do ano letivo, o movimento “Missão Escola Pública” disse na quinta-feira, à Renascença, que faltam mais de 1.700 professores nas escolas públicas. As contas são feitas tendo por base os horários que estão a integrar o concurso de contratação de escola, após não terem sido atribuídos na primeira Reserva de Recrutamento.
Segundo a porta-voz do movimento, Cristina Mota, dos mais de 1.700 horários, “1.128 correspondem a horários completos e anuais”, quer dizer que “estes horários não tiveram candidatos, um professor profissionalizado em ensino, nas listas de recrutamento para o horário ser atribuído”.
A “Missão Escola Pública” antecipa que este ano letivo vai arrancar com cerca de 200 mil alunos a quem vai faltar, pelo menos, um docente. Cristina Mota diz que “com os horários em oferta de escola, apontamos para esse valor, quando no ano passado foram 120 mil os valores indicados”.