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Centros de Saúde. Mudanças no registo de utentes “dão cabo da vida das pessoas”

28 ago, 2024 - 00:02 • Marisa Gonçalves , Fábio Monteiro

Apenas 80% dos utentes com registo incompleto (265 mil) vão ser notificados. Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos está preocupado.

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O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos está preocupado com o facto de mais de 320 mil inscritos nos centros de saúde poderem ficar de fora das listas por não terem os dados completos na inscrição.

À Renascença, Cecília Sales diz que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a ser posto em causa. “Há décadas que há esta maneira de funcionar”, acusa.

Em particular, a porta-voz do movimento lembra que há muitos utentes idosos que não têm forma de aceder à informação e estão longe dos centros urbanos.

Estas situações vão com certeza causar confusão e transtorno. Mas no interior do país é aflitivo porque dá cabo da vida das pessoas. Para irem ao hospital ou unidade local mais próxima, é o cabo dos trabalhos”, diz.

Também à Renascença, o presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, André Trindade, garante que não se trata de um processo para eliminar o registo de utentes.

"Nunca se apagou nem se apaga utente do registo nacional de utentes. No fim de contas, o que estamos a procurar fazer é melhorar os dados. Aliás, como a própria iniciativa diz, para um SNS mais próximo fique mais próximo", explica.

Em causa estão 323 mil utentes que não têm dos dados completos no Registo Nacional de Utentes, uma condição obrigatória para manter a inscrição ativa nos cuidados de saúde primários.

A partir de amanhã, quarta-feira, os utentes com fichas incompletas vão começar a ser notificados para irem aos Centros de Saúde preencher os dados em falta.

As notificações serão feitas através de SMS e/ou correio eletrónico, apesar de nem todos os utentes terem telemóvel ou e-mail registado. Ao todo, só vão chegar a 80% dos utentes.

"Destes 323 mil registos, vão ser notificados 265 mil utentes. Porquê? Só temos informação do e-mail ou do telemóvel de 265 mil utentes", assume André Trindade.

O presidente da Administração Central do Sistema de Saúde deixa, por isso, o alerta para que os utentes se certifiquem da sua situação no centro de saúde. Acrescenta que não há um tempo limite para que os dados sejam atualizados, mas sublinha que é conveniente que tal possa acontecer num breve prazo.

De recordar que, no espaço de um ano, cerca de 200 mil pessoas foram retiradas das listas dos centros de saúde pelo mesmo motivo.

Comentários
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  • Ana laura Pepe Tonin
    02 set, 2024 Avenida de Angola n23 3d frente 13:33
    Os meus dados
  • Filipe Lopo
    28 ago, 2024 CASTANHEIRA DE PERA 12:34
    Boa tarde. Não entendo nem compreendo esta acção do governo, muito menos do chamado Ministério da Saúde; que me parece ser uma estupidez e atitude de quem desconhece completamente o País em que vive. Para além dos mais idosos, sem acesso a internete ou saberem lidar com os telemóveis (sei bem do que falo), Há casos como o meu, para não falar de consultas médicas desmarcadas consecutivamente e adiadas sem data..,.,. - Em Castanheira de Pera, eu próprio, se quero ter direito a consultas médicas e á prescrição de medicação, para além de tratamentos de enfermagem; tenho de ir fora a serviços particulares. É verdade que tenho essa possibilidade de deslocação, sem duvida. Mas Não existem médicos no centro de saude de Castanheira de Pera há anos, situação essa que se vai 'substituindo' com alguns médicos que vão aparecendo por alguns dias ou meses e depois vão embora, deixando dezenas de pessoas doentes sem tratamento algum! Toda esta noticia não passa de querer enganar o Povo e de tapar os olhos com a peneira. sem solucionar um problema com barbas e transversal a todos os governos de Esquerda e Direita! Já efectuamos inclusive um abaixo assinado e fomos escutados por alguns, sómente ALGUNS! deputados da Assembleia da Republica e valeu-nos do mesmo! NADA!!!! Esses senhores não se importam nem se interessam do interior para nada! Nós somos 'carne para canhão! Simplesmente! Cumprimentos. Filipe Lopo Castanheira de Pera
  • Anastácio Lopes
    28 ago, 2024 Lisboa 09:19
    Esta situação, a confirmar-se, será apenas e só a imagem do que os e as dirigentes dos Centros de Saúde nunca souberam fazer, ao ponto de ainda hoje, 28/8/2024, terem as suas listas de utentes desatualizadas, com utentes já falecidos e outros que se mudaram com Médico de Família atribuído e outros utentes, incluindo utentes crónicos, de Alto Risco com incapacidade superior a 80%, mantendo-se sem Médico de Família. Será para fazerem estas tristes e indignantes figuram que estas e estes incompetentes e irresponsáveis são pagos pelo erário público português? Os Centros de saúde como toda a Administração Pública não passa de um asilo para políticos que nunca nada souberam fazer na vida e ali estão asilados por não terem tido lugar nos partidos de que são filiados, brincando com a saúde dos utentes, desrespeitando as leis portuguesas e os legítimos direitos dos utentes assim postos em causa, o que para o Governo em geral e para a Ministra e Secretária de estado da saúde é normal, legal, responsável ou intelectualmente honestos? Mal dos portugueses e das portuguesas que continuam a ser vítimas de tão grandes incompetências e irresponsabilidades por aqueles e aquelas que são levados ao colo à conta dos cargos de confiança política e nunca pelo mérito que nunca tiveram, o que se verifica em simultâneo e no mesmo país onde trabalhadores DEFICIENTES e LICENCIADOS, continuam a ser impedidos diariamente de se realizarem profissionalmente pelo próprio Estado português ainda hoje 28/8/24.

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