22 ago, 2024 - 17:03 • Maria João Costa
“Agora é esperar que venham esses meios e que a gente consiga minimizar estes incêndios” que duram já há mais de uma semana. É com este desabafo que o segundo comandante dos Bombeiros de Santana termina o telefonema com a Renascença.
Pedro Leme está a mais de mil e 800 metros de altitude a olhar impotente para o avanço do fogo. As chamas estão numa zona “inacessível onde não se consegue colocar bombeiros”, relata o responsável
Já lá andou o único meio aéreo disponível da Madeira, o helicóptero de combate a incêndios que desde o início do fogo tem operado de forma incansável em toda a ilha. Mas é preciso mais, avança Pedro Leme.
Sobre a tão aguardada entrada em ação do reforço acionado pelo Mecanismo Europeu de Proteção Civil que levou até ao arquipélago os dois aviões Canadair, o comandante refere que será uma ajuda importante.
“Esperamos mais meios aéreos. Será uma área onde eles irão operar. Estamos a falar de uma altitude de mil e 800 metros”. Questionado sobre os desafios que se levantam para as próximas hora, Pedro Leme aponta o vento como um fator que pode alterar os planos.
“Nas próximas horas espero o contributo da temperatura e da humidade relativa a aumentar, mas o vento pode pode mudar de um momento para o outro. Numa hora pode estar bom na outra pode não estar”, indica.
Assumindo que não é especialista em operações com aeronaves, Pedro Leme admite contudo que o vento pode condicionar as operações de combate aéreo que se irá concentrar na Cordilheira Central.
De resto, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, está esta tarde no Pico do Areeiro, para dali, um dos pontos mais altos da ilha, assistir à atuação dos aviões vindos de Espanha para o combate às chamas.
Pelas 17h00 desta quarta-feira, as zonas criticas são na Cordilheira Central, no concelho de Santana, no Pico Ruivo e no Pico do Gado. As chamas continuam ativas também nas zonas altas do concelho da Ponta do Sol.