21 ago, 2024 - 19:31 • João Pedro Quesado
Dois aviões Canadair "começam a operar amanhã" no combate ao incêndio na Madeira, disse esta quarta-feira Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, que também defendeu a operação da Proteção Civil regional até agora como "inteligente, eficaz e tecnicamente adequada".
Segundo Miguel Albuquerque, os aviões de combate a incêndios pedidos através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil chegam à Madeira durante a manhã de quinta-feira, começando a operar de tarde. O reabastecimento vai ser feito no Porto Santo, "com água potável", através da boca de incêndio do aeroporto local.
Os aviões Canadair vão operar na Cordilheira Central da Madeira, "em zonas onde é quase impossível o acesso de meios". Os aviões não podem ser utilizados noutras regiões com zonas urbanas e agrícolas devido ao tipo de descarga, com um volume de "seis mil litros" - o equivalente a seis toneladas.
A medida vai permitir o envio para a Madeira de um(...)
A informação da chegada dos Canadair foi avançada, durante a tarde desta quarta-feira, pelo Diário de Noticias da Madeira e foi negada quer pelo Governo Regional, quer pelo Governo da República e Autoridade Nacional de Proteção Civil. A ativação do Mecanismo Europeu e consequente envio das duas aeronaves acabaram por ser confirmadas pouco depois das respostas das autoridades - o presidente da Proteção Civil assegurou, na conferência de imprensa, que a chegada dos aviões foi confirmada às 17h42.
De acordo com Miguel Albuquerque, há duas frentes de fogo ativas, "O fogo evolui do Pico do Cardo, zona alta do Curral, para a Cordilheira Central, e isso significa que temos uma frente no Pico das Torres, numa zona de muito difícil acesso, e temos outra frente no Pico Ruivo", explicou o líder do governo regional.
O objetivo do combate às chamas é "combater a evolução descendente para o Curral das Freiras", assim como "evitar que o fogo evolua de forma lateral para o Pico do Areeiro" e para o vale da Fajã da Nogueira, onde está localizada a central hidroelétrica.
O secretário regional da Proteção Civil, Pedro Ram(...)
O combate ao incêndio está a ser realizado por 140 bombeiros, apoiados por 30 veículos e um meio aéreo, que já fez "170 descargas e mais de 35 horas de voo".
Questionado sobre as operações da Proteção Civil até agora e os pedidos de demissão dos partidos da oposição, Miguel Albuquerque declarou que "não há um mau combate ao incêndio" se "conseguimos salvaguardar as vidas humanas, que é o valor essencial, a integridade física, as habitações, infraestruturas públicas".
"É um incêndio que foi e continua a ser combatido de forma inteligente, eficaz e tecnicamente adequada", afirmou o social-democrata, que assegurou que o combate está "no caminho certo".
Miguel Albuquerque assegurou ainda que "a floresta Laurissilva está salvaguardada", e que vai ativar os mecanismos de apoio aos apicultores e agricultores.