22 ago, 2024 - 17:23 • Jaime Dantas
Depois do Observatório do Afogamento da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS) ter divulgado, esta quinta-feira, um relatório que revela que em Portugal morreram 75 pessoas por afogamento até 31 de julho, a Renascença visitou a praia de Matosinhos para perceber o que justifica este número.
Nadador salvador há três anos nesta praia, Francisco Santos denuncia aquilo que considera ser a "falta de cultura balnear". "Há dois dias tivemos aqui um salvamento de duas pessoas, uma delas que não sabia nadar, e mesmo assim foram para a água até ficarem sem pé", reclama o jovem de 23 anos.
"As pessoas tendem a achar que isto é uma praia mais segura, mais parada e que se podem se aventurar [no mar]. Esta é uma praia com muitas correntes, muitos agueiros e estão-se a expor um maior risco do que se estivessem numa praia com muita ondulação", argumenta.
É o 3.º valor mais alto desde 2017. De acordo com (...)
Como costuma acontecer, as atenções são redobradas quando se leva uma criança à praia. É o caso de António, que traz consigo os seus três filhos nos quais está "sempre em cima".
"Eles são miúdos, são pequenos, também andam na natação, já safam um bocadinho, mas principalmente é preciso ter atenção às condições do mar e uma vigilância constante nestes miúdos nesta idade", conta.
Apesar da preocupação recair mais nas crianças, é na faixa dos 40 anos que se registam mais mortes por afogamento. Um dado que para Márcia Coelho, de 33 anos, justifica-se com o "descuido" de alguns banhistas.
"Algumas pessoas têm descuido e são pessoas que sabem nadar, porque abusam e vão e deixam-se a andar. Quando dão fé, já não conseguem voltar", sublinha.
"Temos de ter mesmo muito respeito, mesmo com a bandeira verde eu tenho muito respeito e então, quando está amarela, nem mergulho. Fico mesmo só por molhar-me até ao tronco", recomenda.