22 ago, 2024 - 10:05 • João Cunha
O atendimento ao público decorre da mesma forma mas, entre as largas dezenas de imigrantes que, esta manhã, formavam uma fila, mais ou menos ordenada, à porta da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), em Lisboa, muitos já anteviam atrasos no andamento dos seus processos.
Hernani Cacumba espera desde o ano passado pela renovação do seu título de residência, e está preparado para esperar ainda mais.
"Toda a greve acarreta as suas consequências. Se o normal é dar vazão ao trabalho, esta paralisação vai afetar o normal funcionamento das coisas. E quem sofre com isso? Nós, que procuramos os serviços para ver se conseguimos ter a nossa situação regularizada", lamenta.
À espera de resolver a sua situação estava Caleb Veiga, que, acompanhado da mulher, estava a meio da fila de mais de uma centena de pessoas que aguardavam pela abertura do serviço, "organizadas" por um voluntário que ia apontando, à chegada, o nome de cada um, a quem atribuía um número.
Caleb não sabe se o seu processo vai sofrer atrasos com esta paralisação. Vinha levantar o titulo de residência que renovou há meses.
"Hoje estou aqui para levantar o título de residência, que ninguém sabe onde está. Sei que há vários processos em atraso e que um deles é a entrega dos títulos de residência renovados", lamentava este cidadão brasileiro, que ainda tinha esperança que não levaria muito tempo a resolver o assunto. Isto desde que a renovação já estivesse feita.
"Senão vou estar enrolado nesse processo como todo o mundo", diz.
Perto das oito e meia da manhã, hora de abertura da AIMA em Lisboa, Caleb lá recebeu uma senha, diferente das outras. Pediram-lhe para aguardar enquanto os serviços verificavam se o seu pedido de renovação do título de residência já estaria pronto. Minutos depois, um funcionário pede-lhe para que, com a senha que já lhe foi entregue, se dirija aos Anjos, ao Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes, e ali pedir informações.