21 ago, 2024 - 11:55 • Olímpia Mairos
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, considera que a estratégia seguida no incêndio da Madeira está correta e recusa responsabilidades.
Em declarações aos jornalistas, esta manhã à entrada da Câmara Municipal do Funchal, o chefe do executivo madeirense sublinhou que a proteção às povoações mantém-se como a principal prioridade.
Miguel Albuquerque defendeu o fim do que classifica de retórica alarmista.
“Neste momento é essencial, é baixar um pouco esta retórica um pouco alarmista, porque neste momento a situação está segura”, defendeu.
“Nós estamos a fazer aquilo que temos que fazer e não estou a perceber porque o ano passado nós tivemos - vocês lembram-se bem - tivemos um incêndio com muito mais perigosidade que foi o da Calheta, arderam 12 casas, e não houve este alarme, e, portanto, temos que ter calma”, acrescentou.
Para Miguel Albuquerque a atuação do Governo Regional deve ser avaliada em função dos resultados. Garante que assumirá todas as responsabilidades, e recorre a uma história do livro da Alice no País das Maravilhas, referindo-se ao momento em que “a Rainha de Copas diz ‘primeiro corta-se a cabeça e depois faz-se o julgamento’”.
“Isso não é maneira de atuar”, defende, acrescentando que “se me tentam intimidar, porque vou ficar com stress por causa disso, estão enganados”.
Miguel Albuquerque diz que “nós neste momento avaliamos os incêndios em função dos resultados e os resultados são esses”.
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O presidente do Governo Regional garante que acompanhou “desde a primeira hora tudo” e recusa um pedido de desculpas.
O incêndio aqueceu o ambiente político na Madeira com o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, a classificar de “incompreensível e irresponsável” a decisão do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, de rejeitar o apoio da República para o combate aos incêndios na ilha.
O Partido Socialista defende mesmo uma comissão de inquérito aos incêndios, considerando que há responsabilidades políticas do Governo Regional, nomeadamente do presidente Miguel Albuquerque, que devem ser apuradas pelo Parlamento do Funchal.
Também o líder do JPP da Madeira criticou o que classificou de “incompetência” do presidente do Governo Regional e do secretário com a pasta da Proteção Civil e anunciou que vai pedir uma audição parlamentar com urgência destes responsáveis.
Por sua vez, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira defendeu que o Estado deve assegurar à região mais dois helicópteros para combate a incêndios.
José Manuel Rodrigues considerou que “há uma lição a tirar destes incêndios”, sublinhando que “é absolutamente necessário que a região disponha de mais meios de combate aos fogos florestais”.