21 ago, 2024 - 18:33 • Pedro Mesquita , Maria João Costa , Ricardo Vieira
Veja também:
O Governo vai ativar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para reforçar os meios de combate ao incêndio na Madeira, confirmou à Renascença fonte do executivo.
A medida vai permitir o envio para a Madeira de um ou dois aviões Canadair espanhóis.
O pedido de ajuda à União Europeia aconteceu uma semana depois do primeiro incêndio deflagrar na ilha da Madeira.
Desde 14 de agosto, o fogo já consumiu quase 4,4 mil hectares de mato e floresta, o equivalente a 4,4 mil campos de futebol.
De acordo com o último ponto de situação da Proteção Civil da Madeira, esta quarta-feira há dois focos de incêndio "nas zonas altas da Ponta do Sol (Lombada) e o outro na Cordilheira central (entre as zonas altas do Curral das Freiras e o Pico Ruivo)".
No terreno estão mais de 30 veículos e mais de 100 operacionais, incluindo membros da Força Especial de Proteção Civil e bombeiros dos Açores.
O incêndio que lavrou até terça-feira no Curral das Freiras foi declarado extinto.
Esta quarta-feira chegam à Madeira mais 60 operacionais do continente.
"Canadair não têm utilidade nesta orografia", disse o presidente da Proteção Civil da Madeira
Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira de manhã, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, considera que a estratégia seguida no incêndio da Madeira está correta e recusa responsabilidades.
“Neste momento é essencial, é baixar um pouco esta retórica um pouco alarmista, porque neste momento a situação está segura”, defendeu.
Durante a tarde desta quarta-feira, a informação do envio dos Canadair foi avançada pelo Diário de Noticias da Madeira e foi negada quer pelo Governo Regional, quer pelo Governo da República e Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Afinal, agora Lisboa pede esse apoio. O debate em torno do combate às chamas na Madeira tem estado incendiado, com críticas da oposição e dos madeirenses. Na terça-feira, o presidente da Proteção Civil da Madeira, António Nunes, dizia à Renascença que discordava do uso de meios pesados, como os Canadair, no combate aos fogos na ilha.
"Normalmente, quando se equaciona meios aéreos também se coloca em cima da mesa os Canadair, que não têm utilidade nesta orografia nem nós temos condições para que os Canadair façam reabastecimentos, a não ser no mar. Se não morremos do mal, morremos da cura, porque deitar água salgada em cima da floresta não é uma coisa muito saudável", declarou António Nunes.