20 ago, 2024 - 13:52 • Lusa
O fogo que deflagrou há sete dias na Madeira continua a lavrar no Curral das Freiras (Câmara de Lobos), Serra de Água (Ribeira Brava) e no concelho da Ponta do Sol, disse esta terça-feira o presidente da proteção civil regional.
Em declarações à agência Lusa, António Nunes indicou que pelas 13h00 havia "dois teatros de operações", um dos quais na freguesia do Curral das Freiras, no município de Câmara de Lobos, no sítio da Fajã dos Cardos.
"Se o vento se mantiver calmo, em principio não vamos ter problemas nenhuns com habitações, porque o vento vai conduzir o fogo numa direção contrária àquela onde estão as casas" naquela localidade, afirmou.
Por outro lado, acrescentou, "se o fogo chegar ao cume da serra vai permitir intervencionar com o meio aéreo nessa área", caso nessa altura o helicóptero esteja disponível e existirem condições atmosféricas para tal.
"Naquele sitio é impossível fazer alguma coisa com meios apeados ou mesmo mecânicos", salientou.
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No "teatro de operações da Serra de Água", no concelho da Ribeira Brava, havia ao início da tarde "três frentes", uma vez que "a Encumeada [no mesmo município] está circunscrita", disse o presidente da proteção civil regional.
Durante a manhã, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara da Ribeira Brava, Ricardo Nascimento, tinha referido que a frente da Encumeada estava extinta.
No concelho da Ponta do Sol, o fogo atinge os sítios da Lombada, dos Canhas e da Ribeira da Tábua, acrescentou António Nunes.
Nestes locais, referiu, o incêndio está "a progredir de forma lenta", sendo expectável que seja controlado "dentro de algumas horas".
Ainda relativamente aos focos na Ponta do Sol, o responsável explicou que "são realmente muito pegados uns pelos outros", mas considerou que "chamar frente é exagerado".
O incêndio rural na Madeira teve início na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol.
Desde essa altura, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e se deslocarem para equipamentos públicos. Dos moradores que saíram, muitos já regressaram a casa, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e na Furna, na Ribeira Brava.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais. Uma bombeira recebeu assistência hospitalar por exaustão.
Projeções do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para sete mil hectares ardidos desde o início do incêndio.