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Algarve

Banhos proibidos nas praias da Fuseta-Ria e Armação de Pêra

20 ago, 2024 - 14:48 • Ricardo Vieira, com Lusa

Na origem da decisão das autoridades está a deteção de contaminação microbiológica.

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Os banhos foram interditados nas praia da Fuseta-Ria, no concelho de Olhão, e em Armação de Pera, Silves, anunciou esta terça-feira a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Na origem da decisão das autoridades está a deteção de contaminação microbiológica: bactérias E.coli, no caso de Fuseta, e de enterococos, no caso de Armação de Pera.

A bandeira vermelha foi hasteada esta terça-feira de manhã, depois de se confirmar a presença da bactéria E-Coli nas análises à água.

A interdição vai manter-se até que os resultados à qualidade da água indiquem que os valores microbiológicos se encontram dentro dos parâmetros.

Desde o início da época balnear, cerca de meia centena de praias foram interditadas devido a casos de poluição.

Ainda durante o mês de julho, a associação Zero alertou para o agravamento da qualidade da água nas praias portuguesas.

Em comunicado, a associação ambientalista explica que estas preocupações resultam de uma comparação entre os resultados da qualidade das águas das praias portuguesas durante esta época balnear e o ano transato.

"Existem atualmente 664 águas balneares cuja monitorização é reportada, com um número limitado de praias a revelarem problemas, mas de forma mais expressiva do que na época balnear passada", indica a Zero.

As águas balneares que apresentaram maior número de situações de água imprópria para banhos foram Matosinhos, com três situações de desaconselhamento ou proibição de banhos e Parede (Cascais), Camilo (Lagos), Bitetos (Marco de Canavezes), Vieira (Marinha Grande), Molhe Leste (Peniche) e Azenhas do Mar (Sintra), cada uma delas com duas situações de desaconselhamento ou proibição de banhos.

O concelho de Cascais, no distrito de Lisboa, é o que registou o maior número de praias afetadas por "qualidade imprópria ou interdições" (seis praias).

A Zero lamenta também a existência de "falhas na informação que é disponibilizada no sítio da Internet da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)", uma vez que "nem sempre se esclarecem devidamente os motivos de interdição das zonas balneares e os procedimentos por parte dos Delegados Regionais de Saúde".

"Há 92 águas balneares sem quaisquer resultados de análises disponibilizados (14% do total de águas balneares), sendo que praticamente todas as praias são da Região Autónoma dos Açores. Por exemplo, a página da APA dedicada a comunicar desaconselhamentos e interdições da prática balnear (https://apambiente.pt/apa/desaconselhamentos-e-interdicoes-da-pratica-balnear) representa uma melhoria no esforço de comunicação, mas não está totalmente consistente com a informação do Sistema de Informação de Recursos Hídricos", aponta.

Assim, a Zero defende a necessidade de se "averiguar as causas" e, "acima de tudo, prevenir a contaminação" nas praias interiores que foram proporcionalmente mais afetadas.

O mesmo acontece nas zonas balneares que "sofreram um desaconselhamento ou interdição durante a presente época balnear", mas que "têm classificação excelente".

"Em cada um dos casos é fundamental identificar a origem dos problemas e averiguar responsabilidades, desempenhando a Agência Portuguesa do Ambiente e a Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território um papel decisivo", defende a Zero.

Como ponto positivo, a associação ambientalista destaca o facto de "nenhuma "Praia Zero Poluição" ter apresentado "problemas significativos de qualidade de água".

"Nenhuma das 59 praias classificada pela associação como Praia Zero Poluição (zonas balneares onde não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo das três últimas épocas balneares) foi abrangida por interdição associada à ultrapassagem de parâmetros microbiológicos. Porém, não foi possível verificar esta circunstância para as águas balneares da Região Autónoma dos Açores por ausência de informação no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos", salienta a associação.

Comentários
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  • Maria
    20 ago, 2024 Castelo de Vide 21:57
    Num país que enfrenta alta taxa de desemprego jovem, é impressionante como não há lugar para pelo menos um técnico de saúde ambiental fazer a devida monitorização da qualidade ambiental da água, a cada época balnear, e evitar esta grave calamidade! Isto já aconteceu o ano passado, da qual eu e a minha mãe fomos novamente vítimas! E este ano, durante a nossa estadia no Algarve, eu desenvolvi otite e a minha mãe está com um princípio de broncopneumonia, merecia um processo...
  • Helena
    20 ago, 2024 Amareleja 21:43
    Impressionante!!! A qualidade da água cada vez pior, mas os preços das casas infelizmente não refletem essa qualidade.

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