19 ago, 2024 - 21:39 • Anabela Góis
A Ordem dos Médicos não concorda com a concentração do serviços de obstetrícia do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A possibilidade foi admitida esta segunda-feira pela ministra da Saúde, e já tinha sido avançada pelo diretor executivo do SNS para resolver a crise nas maternidades.
Em declarações à Renascença, Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos, admitiu a concentração de urgências, mas não dos serviços, afirmando que a hipótese "não faz sentido nenhum".
"Não é só na altura do parto que as grávidas e as suas crianças necessitam de apoio, necessitam de acompanhamento. Obviamente que é antes e depois, e cada um dos hospitais tem de ter capacidade para poder dar essa resposta. Portanto, o Ministério da Saúde terá de encontrar fórmulas que, no imediato, podem passar por centralizar urgências, mas não serviços", avisou Carlos Cortes.
O bastonário dos médicos reconhece que faltam obstetras no SNS - que tem apenas 40% do total -, mas diz que a solução tem de passar por atrair e reter mais especialistas, e não por fechar serviços.
Esta segunda-feira, Ana Paula Martins admitiu pela primeira vez a concentração dos serviços de obstetrícia, declarando que é mesmo isso que vai fazer caso seja esse o "entendimento da Comissão Independente para o acompanhamento do Plano de Urgência para a Saúde".
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, admitiu à Renascença que a concentração de serviços de obstetrícia "pode fazer sentido" "pode fazer sentido", mas sublinhou que é preciso "esperar pelos resultados do grupo de trabalho que foi criado".