19 ago, 2024 - 15:14 • Salomé Esteves , Catarina Santos
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Desde 2010 que não se registava tanta área ardida na Madeira. De acordo com os dados mais recentes do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) arderam, nos últimos cinco dias, cerca de 7.205 hectares — mais do que os 5.154 registados, no total, no ano passado. Como o incêndio se mantém ativo, a área ardida deverá aumentar.
Segundo números do Instituto Nacional de Estatística (INE), estes valores ultrapassam os registos de 2016 e 2012. Já não ardia tanta área na Madeira desde 2010 — ano do grande temporal.
Depois de, em fevereiro desse ano, se ter registado um dos 42 maiores aluviões desde 1600, e da consequente fragilização dos solos da ilha, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) registou 96 ocorrências de incêndio florestal. Só em 2010, arderam 8.632 hectares.
Os dados do INE também revelam que 2012 foi outro ano particularmente agressivo em termos de área ardida, com 6.966 hectares atingidos pelas chamas.
Em 2016, um incêndio que decorreu em agosto provocou três mortos, dois feridos com gravidade, 147 feridos ligeiros e obrigou à deslocação de cerca de 1000 pessoas.
Entre 2010 e 2016, os incêndios na Madeira consumiram mais de 18 mil hectares, o que equivale a cerca de 18 mil campos de futebol (de acordo com as medidas recomendadas pela FIFA).
No passado sábado, o líder do JPP, Élvio Sousa, apelou a Miguel Albuquerque que não repetisse os erros desses incêndios de agosto de 2016, "iniciados nas zonas altas de São Roque e que viriam a deixar o Funchal sob forte ameaça".
De acordo com os números do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a área ardida no incêndio da Madeira desde quarta-feira representa mais de metade da área ardida no continente.