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Fileira automóvel destrona têxteis como setor mais exportador do Norte em 2023

19 ago, 2024 - 10:24 • Lusa

O Norte assume cada vez mais um perfil exportador mais tecnológico e menos dependente de fatores competitivos esgotados, segundo um estudo da CCDR-N.

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A fileira automóvel do Norte destronou a dos têxteis e vestuário como a mais exportadora da região Norte em 2023, segundo dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional divulgados esta segunda-feira.

Segundo uma nova edição do relatório Norte Estrutura, que analisa as fileiras exportadoras desde 2011, "a fileira automóvel, com 5,4 mil milhões de euros em exportações em 2023, destronou a dos têxteis e vestuário, com 4,4 mil milhões de euros no mesmo período, na liderança da mais exportadora da região".

"As exportações da fileira automóvel sediada no Norte atingiram 5.357 milhões de euros em 2023, o valor mais elevado entre todas as fileiras identificadas, correspondendo a 19,8% do total das exportações da região", refere o relatório da CCDR-N.

O documento dá conta que entre 2022 e 2023, "as exportações desta fileira aumentaram 12,7%, em contraciclo com a estagnação registada no total do Norte", e desde 2011 "o crescimento acumulado das exportações da fileira automóvel foi de 77,5%, acima do crescimento das exportações totais da região (+68,7%)".

Já a fileira dos têxteis e vestuário atingiu os 4.435 milhões de euros de exportações no ano passado, "o segundo valor mais elevado entre todas as fileiras identificadas, correspondendo a 16,4% do total das exportações da região".

"Entre 2022 e 2023, as exportações desta fileira diminuíram 9,6%. Contudo, entre 2011 e 2023, o crescimento acumulado das exportações da fileira dos têxteis e vestuário foi de 41,2%, um ritmo inferior ao crescimento das exportações totais do Norte (+68,7%)", pode ler-se no relatório.

O relatório analisa as fileiras exportadoras com maior implementação no Norte, ou seja, "aquelas que exportaram, pelo menos, 150 milhões de euros em 2023", tendo sido identificadas 19.

No total, foram analisadas 24 fileiras, "correspondendo a 97,5% do totaldas exportações do Norte, o equivalente a 26,4 mil milhões de euros".

Entre as 10 mais exportadoras em 2023 estão as máquinas e material elétrico (3.510 milhões de euros), metais comuns (2.804 milhões), produtos florestais e mobiliário de madeira (2.448 milhões), calçado e produtos do couro (1.822 milhões), plásticos e suas obras (1.331 milhões), bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (643 milhões), produtos agrícolas exceto vinho (633 milhões) e produtos minerais e químicos (558 milhões), que representaram 87,1% das exportações do Norte em 2023.

Quase todas as fileiras aumentaram as exportações desde 2011, mas "a única exceção foi a fileira dos metais preciosos, joalharia, ourivesaria e bijutaria, com uma redução de 71,7% durante esse período".

O boletim conclui ainda que o Norte assume cada vez mais um perfil exportador mais tecnológico e menos dependente de fatores competitivos esgotados, segundo a CCDR-N.

Produtos inovadores e intensivos em I&D (Investigação e Desenvolvimento), como indicadores de velocidade para veículos terrestres, componentes eletrónicos e produtos farmacêuticos "totalizaram 1,2 mil milhões de euros de exportações em 2023, que compara com 131 milhões de euros em 2011".

O relatório assinala ainda o peso do setor agroalimentar, com com um valor exportado de 2,1 mil milhões de euros, especialmente nas fileiras das bebidas, produtos agrícolas e produtos do mar, como peixes, crustáceos e moluscos.

Quanto à transição industrial, o documento ilustra ainda o crescimento das exportações de três dígitos, desde 2011, nas fileiras dos "instrumentos de ótica, fotografia, medição e precisão, com um crescimento de 241,1%, os produtos agrícolas com um aumento de 164,6% e as máquinas e material elétrico com um acréscimo de 111,2%", valores que "superaram o crescimento geral observado no Norte, que foi de 68,7%".

A CCDR-N assinala também "os crescimentos modestos das fileiras dos têxteis e vestuário (+41,2%), e do calçado e produtos do couro (+22,0%), dois setores do Norte que representam uma proporção elevada do emprego industrial".

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