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Estudantes de Medicina criticam anúncio de novos cursos

15 ago, 2024 - 01:32 • Marisa Gonçalves , Alexandre Abrantes Neves , com redação

Já o antigo ministro Adalberto Campos Fernandes fala numa medida “positiva”, mas que não resolve o problema no imediato porque são precisos muitos anos para formar um médico.

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A presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Rita Ribeiro, alerta que a criação de novos cursos pode levar a menos qualidade na formação de clínicos e não resolve os problemas imediatos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Durante o seu discurso, na Festa do Pontal, que marca a rentrée política social-democrata, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a abertura de dois novos cursos nas universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro e de Évora, para tentar contrariar a falta de médicos.

Ouvida pela Renascença, a presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina duvida que a medida resolva os problemas no Serviço Nacional de Saúde.

Rita Ribeiro teme que o aumento de vagas em Medicina leve à falta de docentes e a uma sobrecarga nos hospitais universitários.

“A nossa visão é que isto em nada resolve os problemas atuais do SNS. Por outro lado, poderá prejudicar alguma da qualidade formativa das escolas médicas existentes, por uma eventual necessidade de migração de docentes ou mesmo de sobrecarga dos hospitais”, alerta Rita Ribeiro.

Sobre a abertura de novos cursos de medicina, o antigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, fala numa “meia novidade” “positiva”, mas que não resolve o problema no imediato porque são precisos muitos anos para formar um médico.

“A questão que se vai colocar sempre em todas as novas faculdades de medicina é se nós temos recursos qualificados em número suficiente para formar estes novos médicos”, adverte Adalberto Campos Fernandes, em declarações à Renascença.

O anterior ministro socialista sublinha a importância de ser alcançado, “rapidamente”, um acordo com os profissionais de saúde e vê nas declarações de Luís Montenegro, um sinal de “resistência”.

“Foi um sinal de resistência política do primeiro-ministro faz. Não tira o tapete à ministra e não embarca um pouco nesta ideia de que estamos a levar um ministro de 15 em 15 dias à procura de soluções miraculosas. Portanto, há políticas de governo e políticas de legislatura que devem ser cumpridas e, nesse sentido, eu acho que, sem ser uma novidade extraordinária, pareceu-me que foi um registo adequado”, conclui.

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