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Associação de cuidados paliativos acusa estado de falhar na prestação de cuidados

14 ago, 2024 - 11:47 • Vítor Mesquita , Jaime Dantas

A presidente da associação denuncia as "falhas de investimento" na área dos paliativos e pede consenso político para resolver o problema.

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A presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, Catarina Pazes, acusa o Estado de falhar na prestação de cuidados, depois da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ter revelado que metade dos doentes indicados para o privado ou social no ano passado morreram sem vaga.

À Renascença, Catarina Pazes diz não estar surpreendida com os dados do regulador "tendo em conta as falhas de investimento nesta área [dos paliativos]".

"Estas unidades necessitam de um acompanhamento, financiamento e do investimento que tem de acompanhar os cuidados que se prestam", salienta a responsável da associação.

Catarina Pazes reporta "uma cisão entre a Rede Nacional de Cuidados Paliativos e a Rede Nacional de Cuidados Continuados" e pede que seja feito "um trabalho conjunto destas duas entidades para que a resposta seja célere e atempada".

Alerta ainda os partidos para que possa ser dada prioridade à resolução do problema, procurando o consenso político.

"Estamos perante uma área que nos diz respeito a todos nós e da qual nos esquecemos sempre. Muitas vezes só nos lembramos quando estamos a passar por um momento difícil e ou quando temos alguém próximo a passar por ele", aponta.

Doentes morrem à espera de vaga

Num relatório divulgado esta quarta-feira, a Entidade Reguladora da Saúde revela que metade dos doentes indicados para paliativos no privado ou social no ano passado morreram sem a vaga para a qual tiveram que esperar, em média, 12 dias.

As Áreas Regionais e Saúde (ARS) do Centro e do Algarve são as mais afetadas. Em sentido contrário, o Alentejo apresenta uma oferta de 80 a 100 camas por milhão de habitantes, acima do limiar mínimo recomendado.

Mais de um em cada três doentes que são referenciados para o setor privado ou social acabam por ser internados no Serviço Nacional de Saúde mas, ainda assim, 48% dos doentes morrem antes da admissão.

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