12 ago, 2024 - 10:11 • Redação
Nos últimos meses, o grupo de neonazis "1143", conhecido pelas notícias falsas e ódio na internet, fundou mais de 20 grupos regionais.
Segundo o Jornal de Notícias, o grupo, liderado por Mário Machado, funciona sobretudo nas redes sociais X e Telegram, onde divulga vídeos de propaganda islamofóbica, critica a imigração, defende deportações, fala das mulheres como o sexo fraco e instiga a ação na rua.
A divulgação de símbolos e saudação do regime nazi, tal como símbolos ligados à pátria, são comuns neste grupo.
Só no Telegram, há um grupo nacional com 2500 membros, seis núcleos regionais e 11 distritais e dez em formação.
Mário Machado diz que o grupo tem membros que são da polícia, oficiais das Forças Armadas e apoiantes dos partidos Chega e Ergue-te e muitos agem de cara tapada para evitar expulsão.
Nos grupos nas redes sociais, os afrodescendentes são tratados como "pretos" e "macacos", os indostânicos como "monhés" ou "chamuças".
Na última semana, depois do Monumento Padrão de S. Lázaro, em Guimarães, ter sido destruído, sem ainda a confirmação se foi um acidente ou um ato vandalismo, Mário Machado partilhou no Telegram: "Era porreiro fazerem aí alguma coisa. Isso foi monhés de certeza. Estão a fazer isso na Europa".
De acordo com o jornal, Mário Machado confirmou o desejo de expansão do grupo extremista, mas nega responsabilidade na partilha de notícias falsas.
O líder do grupo, visto como um mártir dentro do "1143", é conhecido pelas várias condenações por crimes de discriminação racial, posse ilegal de armas, tráfico de armas proibidas, roubo qualificado, sequestro, extorsão, dano, difamação, coação e ameaça.
Ainda em maio deste ano, Mário Machado foi condenado a dois anos e 10 meses de prisão efetiva por incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de esquerda em publicações nas redes sociais.