09 ago, 2024 - 07:16 • Jaime Dantas
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, defende que deve ser alterada a forma como funcionam as urgências de obstetrícia.
"Há urgências que fecham com o mesmo número de médicos que outras que continuam abertas", diz Cortes numa entrevista ao jornal "Público" desta sexta-feira,
O bastonário quer levar o assunto à reunião que tem agendada esta sexta-feira com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, porque considera que "isto não pode acontecer". "A resposta tem que ser mais uniforme no país", defende.
Para Carlos Cortes, "se em vez de três obstretras uma urgência só tiver dois, não tem de fechar", conforme foi definido pela própria Ordem dos médicos num regulamento publicado em Diário da República em 2022.
"Temos que reformular estas equipas. Já falei com o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde [SNS] e pedi ao colégio de especialidade de ginecologia-obstetrícia que emita uma clarificação sobre esta matéria", conta.
O bastanorário da OM insta ainda a direção-executiva dos fechos "perceber, urgência a urgência, porque é que estão a fechar".
"O diretor-executivo tem que autorizar o fecho, ele é o maestro", sublinha.
Cortes considera que, a médio prazo, a solução que vai propor a Ana Paula Martins não deve ser sufiente e por isso define como essencial "a reestruturação da rede de urgências, nomeadamente das maternidades".
Este plano deve passar mesmo por fechar maternidades, mas Cortes "prefere dizer concentrar recursos".