29 jul, 2024 - 10:54 • Jaime Dantas , Olímpia Mairos
A Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) rejeita que exista um problema de gestão da água em Portugal.
Em reação à entrevista de Nizar Kammourie à Renascença, que defende taxas à utilização sob recursos hídricos para a agricultura, o secretário-geral da CAP, Luís Mira, considera "inaceitável" a eventual aplicação de taxas para a água de utilização agrícola, argumentando que as taxas teriam impacto no preço pago pelo consumidor.
“Essas taxas vão sempre também cair sobre o consumidor”, diz, alegando que “os agricultores já têm uma gestão eficiente da água dentro da sua exploração”.
Para o secretário-geral da CAP, as perdas na gestão da água “fazem-se nos canais que são públicos, fazem-se em toda a outra parte”.
O diretor-executivo do SAWACO Water Group, um grup(...)
Nestas declarações à Renascença, Luís Mira acusa o Governo de ter desperdiçado a oportunidade de aplicar parte do PRR em medidas para melhorar a gestão dos recursos hídricos.
“A escassez de água só existe se não houver investimentos estruturais para uma maior retenção da água”, alerta, assinalando que “Portugal perdeu a oportunidade de um Plano de Recuperação e Resiliência” porque “não o utilizou para termos uma maior disponibilidade de água no futuro e é isso que é necessário fazer”.
O diretor-executivo do SAWACO Water Group, um grupo focado na dessalinização e reutilização de água deixou esta segunda-feira o aviso de que portugueses devem estar preparados para um aumento do preço da água.
Em entrevista à Renascença, Nizar Kammourie defendeu que Portugal não pode excluir a transformação da água salgada, sobretudo na região sul, e que os agricultores portugueses vão ter de pagar pelo uso da água, à semelhança do que já acontece nos EUA.