23 jul, 2024 - 20:49 • Fátima Casanova
Por causa da falta de profissionais qualificados, as empresas dos sectores dos minérios, das rochas ornamentais, de tecnologias e de energia juntaram-se para pagar as propinas dos alunos, que entrem na licenciatura de Engenharia de Minas e Recursos Energéticos, no Instituto Superior Técnico (IST), da Universidade de Lisboa.
Trata-se de uma parceria com o Departamento de Engenharia de Recursos Minerais e Energéticos (DER), do Técnico para dar resposta aos “desafios da Transição Energética e da Transição Digital”, diz à Renascença Amélia Dionísio, vice-presidente do DER.
Para esta professora e investigadora, a falta de engenheiros na área é tão sentida, que as empresas do setor da energia e dos minerais decidiram assumir a totalidade dos custos das propinas de todos os alunos de 1º ano colocados nesta licenciatura”.
Amélia Dionísio acrescenta que “algumas empresas já manifestaram interesse, caso os alunos prossigam os seus estudos e tenham um aproveitamento razoável ao nível do 1º ano, de prosseguir com a bolsa para um 2º ano”, ou mesmo pagar as propinas de toda a licenciatura.
A vice-presidente do DER sublinha que as empresas que pagam as propinas “querem conhecer os alunos beneficiários deste apoio e querem incentivá-los a fazer um estágio nas empresas para conhecerem aquela realidade”.
Amélia Dionísio diz que “há falta de profissionais qualificados nesta área do conhecimento, quer a nível nacional quer internacionalmente”, acrescentando, que “da experiência e do contacto feito com as empresas, sabe que o número de graduados que sai atualmente não satisfaz as necessidades”.
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Esta professora sublinha que “são estes graduados que no futuro próximo vão liderar empresas neste sector, que não tem profissionais qualificados em número suficiente para responder às suas necessidades”, reforçando que fazem falta “mais graduados que tenham uma formação de excelência com novas capacidades ao nível da inovação e dos avanços tecnológicos”.
De destacar que para a licenciatura de Engenharia de Minas e Recursos Energéticos há 20 vagas e o último aluno a entrar no ano passado teve 13,6 valores de média.
Sobre as saídas profissionais, Amélia Dionísio refere que “os graduados nesta área estão em empresas muito diversas, como indústria mineira, ou de extração de matérias-primas para a indústria cerâmica, podem estar associados a projetos de obras subterrâneas, como túneis, tecnologias de informação e ciência de dados espaciais (Spatial Data Science), a hidrogeologia e águas subterrâneas.
A 1ª fase de candidaturas ao Ensino Superior está a decorrer até 5 de agosto e deve ser feita através do sistema online, no sítio da Direção-Geral do Ensino Superior.
Nas primeiras 24 horas concorreram 12.042 alunos, o que significa que se candidataram menos 897 alunos do que em igual período do ano passado.
Estão disponíveis mais de 54 mil vagas, entre elas contam-se 120 de cinco novos cursos:
- Engenharia Aeroespacial, na Universidade do Porto
- Biologia Marinha, na Universidade de Coimbra
- Cidades Sustentáveis e Inteligentes, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
- Desporto, no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
- Medicina, na Universidade de Aveiro
Os resultados da 1ª fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior são divulgados a 25 de agosto.