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Ecrãs e tecnologias podem gerar dificuldades de expressão e comportamentos aditivos. Psicólogos criam manual de boas práticas

04 jul, 2024 - 15:24 • Redação

O manual "Vamos falar sobre ecrãs e tecnologias", da Ordem dos Psicólogos, foi desenhado para jovens, adultos, pais, professores e cuidadores de crianças e idosos.

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A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) lançou um manual para todas as idades sobre o uso de ecrãs e novas tecnologias, onde são expostas vantagens, perigos, cuidados a ter e dicas para um consumo adequado — de forma passiva ou ativa. É uma ferramenta que pode ser utilizada por jovens, adultos, pais, professores e cuidadores de crianças e idosos.

Os principais riscos estão relacionados, sobretudo, com o tempo excessivo de utilização, que impossibilita a prática de outras atividades longe de ecrãs — contribuindo para uma "diminuição da qualidade das interações com adultos e pares e, ainda, com aquilo que se vê e faz online, e as suas consequências", refere a OPP em comunicado.

Tendo por base que existem mais de 17 milhões de "smartphones" ativos em Portugal, a OPP criou um conjunto de boas práticas para potenciar os benefícios (ao nível cognitivo e criativo, por exemplo) e evitar efeitos nocivos, reduzindo os riscos emocionais, práticos e a propagação de perigos.

Este manual "identifica não só os riscos associados, mas também alguns benefícios para que possa haver uma melhor informação do público acerca da boa utilização dos ecrãs e das tecnologias", afirma à Renascença Sofia Ramalho, vice-presidente da OPP.

A utilização inadequada das tecnologias pode trazer consequências prejudiciais, como dificuldades de expressão, de regulação de emoções e comportamentos aditivos.

"As dependências não se referem só a determinado tipo de substâncias, pode haver um problema de saúde psicológica derivado às dependências relativamente à utilização dos ecrãs", sublinha a vice-presidente da OPP.

O tema preocupa cada vez mais pais e educadores, mas a OPP deixa também o alerta: "proibir, a crianças e jovens, completamente e de forma indiscriminada o uso de tecnologias pode ter o efeito contrário àquele que desejamos". Isto porque pode levar a "comportamentos como a utilização das tecnologias às escondidas", sem apoio e qualquer tipo de monitorização.

A OPP lista alguns dados que evidenciam a dimensão do fenómeno em Portugal:

  • 90% das crianças e adolescentes, entre os 9 e os 17 anos, utiliza o smartphone todos os dias;
  • 73,6% dos jovens até os 24 anos utilizam as Redes Sociais para fugir a emoções desagradáveis;
  • 64,5% das crianças e adolescentes utiliza o smartphone como atividade de tempos livres, mais do que ouvir música (51,8%), estar com amigos (31,9%), praticar um desporto (19,8%), ler um livro (9,7%) ou ver televisão (8,9%);
  • 43,5% das pessoas – jovens, adultos e adultos mais velhos – utiliza a Internet como forma de “escape” ou para aliviar o seu estado psicológico;
  • 78,5% da população portuguesa utiliza Redes Socias, ou seja, cerca de 7.8 milhões de pessoas.

Que limites impor? Que regras criar? O que é um tempo de utilização saudável e equilibrado? São algumas das questões a que o manual "Vamos falar sobre ecrãs e tecnologias" procura responder.

Sofia Ramalho explica que o guia "está dividido em vários capítulos, uma vez que existem diferenças naquilo que deve ser a utilização dos meios digitais por parte de crianças e jovens com diferentes faixas etárias, também por parte dos adultos e por parte, inclusive, dos adultos mais velhos, porque as necessidades, os constrangimentos e os benefícios são também diferenciados em função das idades".

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