20 jun, 2024 - 15:00 • Tomás Anjinho Chagas
O presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, admite que incêndios como os de 2017 em Pedrógão Grande podem repetir-se este ano, apesar considerar que as autoridades estão mais preparadas para responder a uma situação como essa.
"Um incêndio como o de Pedrógão é sempre uma possibilidade, Portugal tem sempre esse espaço na paisagem para haver um incêndio de 650 mil hectares", assumiu Tiago Oliveira aos jornalistas, esta quinta-feira, depois de entregar o relatório anual de 2023 ao presidente da Assembleia da República.
Ainda assim, o dirigente assinala que "o país preparou-se", gasta nove vezes mais em prevenção de incêndios e duplicou o "esforço em combate". No total são 486 milhões de euros investidos por ano em combate a incêndios rurais.
"Acredito que, numa urgência, as entidades conseguem avisar a população, evacuar. Estão avisados e têm capacidade para isso", tranquiliza o presidente da AGIF.
Tiago Oliveira, que deu um pequeno briefing ao presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, lembrou que dentro do orçamento total gasto para o combate aos incêndios em 2023, 54% foi destinado à prevenção, mas vincou que em 2022 essa porção tinha sido ainda maior (61%).
No que falta fazer, o presidente da AGIF aponta os maiores desafios: "financiar planos sub-regionais, garantir o batimento do Programa Nacional, e fazer reformas no financiamento dos municípios".
No relatório entregue, a que a Renascença teve acesso, pode ler-se que "se reduziu a probabilidade de incêndios, evitou-se o desastre e ganhou-se tempo, mas é crítico ganhar escala de atuação mobilizando proprietários, associações de produtores, empresas e municípios " e apela-se ao acelerar do programa "Aldeia segura, pessoas seguras" que ainda está bem abaixo das metas pretendidas.
No documento pode ler-se que o país melhorou bastante desde 2017, mas "ainda não se pode dizer que o país se encontre protegido de incêndio rurais graves”, assume a AGIF.