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Antigo coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança alerta que "é preciso muito cuidado" com transferências bancárias

19 jun, 2024 - 17:14 • Pedro Mesquita , João Pedro Quesado

Instituto de Gestão Financeira da Educação foi alvo de fraude no valor de 2,5 milhões de euros. Pedro Veiga recorda um caso em que a prudência de um empresário evitou uma transferência para um IBAN errado.

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Pedro Veiga, antigo coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança Foto: Yiannis Kourtoglou/Reuters
Foto: Yiannis Kourtoglou/Reuters

O antigo coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, diz que "é preciso muito cuidado nas transferências bancárias e noutras operações que envolvam dinheiro". Em declarações à Renascença sobre a fraude de 2,5 milhões de euros de que o Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE) foi alvo, Pedro Veiga disse que o Banco de Portugal "saberá" quem recebeu o dinheiro.

"Acontece, é preciso um cuidado enorme, serem transmitidos IBANs falsos e, portanto, a entidade, em vez de enviar o dinheiro para um IBAN legítimo, enviar para um IBAN falso", declara Pedro Veiga.

O Ministério da Educação anunciou esta quarta-feira que o presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Gestão Financeira da Educação apresentou a demissão por a instituição ter sido alvo de fraude.

Em causa estão três transferências bancárias, no total de 2,5 milhões de euros, realizadas em junho, que deviam ter sido o pagamento a uma empresa que presta serviços informáticos. Contudo, as verbas foram transferidas para a conta de outra entidade.

Questionado sobre uma possível incúria da pessoa que terá feito o pagamento, o professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa reforço a necessidade de "muito cuidado" e de "confirmar os IBANs".

"Recentemente o Banco de Portugal impôs e agora já obriga, quando se fazem transferências bancárias, haver uma confirmação do titular do outro lado, ou seja, do destinatário do IBAN", esclarece Pedro Veiga.

O antigo responsável do Centro Nacional de Cibersegurança diz não conhecer "minimamente o que se passa" no caso do IGeFE, mas considera que "o Banco de Portugal saberá qual o destinatário da conta".

"A investigação de como é que foram os passos que conduziram a isso é da responsabilidade da Polícia Judiciária, que certamente contará as outras entidades", aponta Pedro Veiga, "nomeadamente o Banco de Portugal e os bancos envolvidos para poder fazer uma investigação do que aconteceu".

O professor universitário recorda ainda um caso que ocorreu enquanto era coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, em que "uma empresa que recebeu um telefonema a pedir uma transferência urgente para um certo IBAN".

"Felizmente o CEO lá da empresa, atento e alerta dessa problemática, telefonou para o colega dele de Espanha e confirmou que era um caso falso", recorda Pedro Veiga.

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