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Entrevista Renascença/Ecclesia

Padre Miguel Neto: "No Algarve, se não fossem os imigrantes não havia trabalhadores para o turismo"

09 jun, 2024 - 09:30 • Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Agência Ecclesia)

O mês de junho traz grandes festejos de norte a sul do país. Nas proximidades da celebração dos Santos Populares, é convidado da Renascença e da Agência Ecclesia o director Nacional da Pastoral do Turismo. O padre Miguel Neto alerta para um novo fenómeno: o aumento da rejeição social ao turismo. Designa-se por "turismofobia".

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O diretor nacional da Pastoral do Turismo, padre Miguel Neto, defende que não se pode descurar a importância da “inclusão dos migrantes” e lembra que "no Algarve, se não fossem os imigrantes não havia trabalhadores para o turismo".

Em entrevista à Renascença e à Agência Ecclesia, o sacerdote chama também a atenção para o aumento da rejeição social ao turismo, fenómeno já designado por "turismofobia".

A turismofobia tem ganhado dimensão em cidades como Barcelona e Veneza e o diretor nacional da Pastoral do Turismo não excluiu a possibilidade de ela se manifestar, em especial nas grandes cidades. Ainda assim, o responsável admite que em Portugal será mais difícil “ostracizar” o turismo, dada a sua importância económica. “Se nós ostracizarmos o turismo, não temos muito mais por onde crescer para viver”, argumenta.

Noutro plano, o sacerdote chama a atenção para o risco de se matar a "galinha dos ovos de ouro" da economia portuguesa e pede uma maior aposta na diversificação económica. Miguel Neto lembra que essa tem sido uma preocupação constante da Igreja e em particular da Pastoral do Turismo. “Por isso é que nós falámos, por exemplo, nas últimas jornadas, sobre a 'Laudato Si' e nas próximas será a 'Fratelli Tutti', ou seja, claro que há que criar outras atividades para conseguimos viver."

Com a chegada da época dos Santos Populares, o padre Miguel lembra que a religiosidade popular "é uma face muito visível daquilo que é cristianismo cultural e da celebração dos valores judaico-cristãos".

O padre Miguel Neto sublinha a importância de se valorizar a religiosidade popular porque “os valores cristãos não são para estar fechados dentro da Igreja, não são para só alguns intelectuais cristãos ou teólogos os valorizarem”.

Nesta entrevista, o sacerdote da Diocese do Algarve afirma que se deve olhar para o turismo “como porta de entrada na fé cristã, como parte do anúncio da primeira evangelização” e revela também a intenção da Pastoral do Turismo de reforçar o acompanhamento das pessoas que percorrem caminhos de peregrinação no país.

Em colaboração com o Secretariado Nacional dos Bens Culturais, está a ser preparada uma espécie de "guião espiritual" para quem pretenda fazer os caminhos de Fátima e de Santiago. “Vamos adaptar e sobretudo torná-lo em suporte informático, porque uma pessoa que faz uma peregrinação não é muito útil ir com um livro nas mãos."

"O turismo é uma porta cada vez mais valorizada pelos documentos da Santa Sé (...) É entender o turismo como porta de entrada na fé cristã, como parte do anúncio da primeira evangelização"

Os Santos Populares são uma das maiores manifestações coletivas das crenças da religiosidade popular no nosso país, com ou sem relação com o ritual oficial, até pela sua ligação com práticas antigas, que assinalavam a chegada do verão. Esta religiosidade popular deve ser educada? Como devemos olhar para estas celebrações que enchem as nossas cidades?

De facto, a religiosidade popular é uma cristianização daquilo que eram as festas que davam início ao verão e no nosso país é sempre algo muito característico e muito identitário, até da nossa vivência cristã. Há uma mistura entre aquilo que é a tradição quase civil e a tradição religiosa. Um exemplo disso é o das festas de Santo António em Lisboa, onde existe aquela tradição dos casamentos, que de um lado são sacramento e do outro lado não são.

Mas é uma face muito visível daquilo que é o cristianismo cultural e daquilo que é a celebração dos valores judaico-cristãos na nossa cultura. É algo que, muitas vezes, é esquecido por uma parte da Igreja mais intelectual ou mais pastoral, no sentido de centrada naquilo que são as estruturas da paróquia. Muitas vezes, essa componente é esquecida, mas é uma ótima forma de aproximar as pessoas daquilo que é a vida concreta da comunidade cristã.

Do ponto de vista da reflexão teológica, falta valorizar a utilização destes sinais e gestos simbólicos que expressam uma componente profundamente humana e também religiosa?

Sim, falta. Em muitos casos, não é determinantemente valorizada... Noutros, passa-se até nas paróquias mais antigas. As pessoas preocupam-se mais com os bailaricos, com as festas, com a parte... não gosto de usar a palavra "pagã"... mas com a parte mais profana do que com aquilo que é a questão da dimensão das procissões. Em muitos casos específicos do nosso país, também é uma forma de pessoas que têm a sua origem naquele povo, naquela terra, mas que vivem noutras terras ou mesmo até no estrangeiro, virem cá porque gostam das festas da sua terra, da sua paróquia, da sua freguesia. É uma forma de rever amigos e de não nos esquecermos do sítio onde nascemos e onde fomos criados.

"Os turistas acham muito típico e muito genuíno as festas populares"

Para valorizar essa dimensão de fé, não pode fazer falta mais criatividade e até, usando uma imagem que foi referida no recente congresso eucarístico nacional, a fé também pode cheirar a manjerico?

Não só pode, como deve, porque a fé não é discurso teológico... Vamos ver, só há 60 anos é que as pessoas começam a ter acesso a alguns discursos teológicos e algumas intelectualidades de uma forma mais próxima, quer seja pela questão da literacia, do alfabetização quer seja pela questão das traduções da Sagrada Escritura no âmbito católico. E a fé sempre cheirou a manjerico e sempre foi uma questão de pessoas mais populares.

É uma manifestação da alegria, não é?

É uma manifestação da alegria e essa ideia de a fé cheirar a manjerico é uma imagem interessante e é uma forma de ver que os valores cristãos estão lá. Isso é algo muito importante de valorizar cada vez mais. Os valores cristãos não são para estarem fechados na igreja, não são para só alguns intelectuais cristãos ou teólogos os valorizarem.

Podemos afirmar que o crescimento do turismo ajudou a recuperar muitas destas práticas que tinham vindo a perder fulgor por força de um maior interesse nas manifestações mais genuínas das diferentes localidades?

Sim, isso é claro. Aquilo que é o turismo, sobretudo o turismo de pessoas que não são portuguesas, gosta muito das festas populares. Eu vejo isso até no Algarve: os turistas acham muito típico e muito genuíno as festas populares, sobretudo nas terras menos turísticas. Provavelmente, nas terras com mais turismo de sol, praia ou vida noturna, uma festa popular não tem assim tanto impacto. Mas começa a haver uma procura por zonas não tão exploradas do turismo de massa, que não tão dependentes do turismo de massa, mas que utilizam estas festas e esta capacidade de ser genuíno, até pela questão da alimentação, porque nessas festas a alimentação é algo muito importante e que muitas vezes têm os pratos típicos e dão azo à exploração da dieta mediterrânea que é muito valorizada pelos turistas estrangeiros.

Esse será um bom exemplo de que é possível conciliar a preservação das tradições e dos ambientes com a chegada de novos públicos...

É a prova e é a demonstração da necessidade de o turismo ser visto como uma porta. O turismo é uma porta cada vez mais valorizada pelos documentos da Santa Sé, até pela mudança recente do dicastério que foi para o dicastério da Nova Evangelização. É entender o turismo como porta de entrada na fé cristã, como parte do anúncio da primeira evangelização. É muito importante usar estes campos onde há uma mescla entre fé e convívio, identidade local, para fazer o seu anúncio e demonstrar que a igreja não é uma igreja fechada, mas é uma igreja aberta a todos e que faz parte da nossa identidade, claramente.

"O turismo é a habilidade da indústria da paz, porque é através do turismo que nós conseguimos compreender as outras culturas"

A reapropriação destas festas e tradições também não pode gerar conflitos, sobretudo quando não se preserva a memória que lhes dá a identidade?

Sim, sim. Há aqui duas questões que são muito complexas. Uma tem a ver com o facto de muitas destas festas precisarem de uma ajuda de pessoas exteriores à Igreja. Isto é, pessoas que nós... lá está... Esta é uma linguagem que é errada, mas que para todos percebamos, difo de pessoas, de cristãos não praticantes, mas que são pessoas muitas vezes associadas às juntas de freguesia, às câmaras, a comissões de festas que não têm um papel ativo na comunidade cristã. São pessoas que valorizam mais estas festas do que a vivência da Eucaristia, pronto. Aí, pode entrar em algum conflito porque querem fazer algumas coisas que não estão de acordo com aquilo que é a fé cristã. Mas eu acho que há espaço para tudo. Há espaço para tudo.

Até que ponto a celebração dos Santos Populares também ajuda a diversificar os pontos de interesse ligados ao turismo religioso? Continua a ser necessário apostar na diversificação de locais, até para que o turismo religioso se circunscreve a dois ou três locais?

Sim, e isso é muito importante, sobretudo no interior, fora dos grandes círculos de turismo religioso, como Fátima e Braga, que são os círculos maiores. É muito importante aproveitar essas festas para mostrar aquilo que as terras mais longínquas têm.

Eu acredito que, por exemplo, uma pessoa que vá às festas de Miranda do Douro, ou mesmo às festas dos tabuleiros, a Tomar, depois terá curiosidade em conhecer o templo, em conhecer o sítio. Há um desenvolvimento do turismo e a Igreja tem que aproveitar essas festas, para além da questão do anúncio, mas também quanto a manter esse cariz tradicional, com as necessárias adaptações…

A Igreja ainda não deu esse passo?

Esse passo não depende tanto da Igreja geral, mas depende da capacidade de execução local. Nós podemos incentivar, podemos nas nossas jornadas falar nisso, e falámos nas últimas, que foram sobre a questão da ecologia. Vamos falar nas próximas, que vão ser sobre a questão da sustentabilidade e da economia social. Mas se não depender do pároco ou do bispo ou da questão local, nós não conseguimos alterar. É um pouco como o Vaticano: pode emanar os documentos todos e pode falar sobre muitas coisas, mas quem tem o poder executivo, quem está no terreno é que tem que esforçar-se por alterar mentalidades e aproveitar isso.

"O Vaticano pode emanar os documentos todos e pode falar sobre muitas coisas, mas quem tem o poder executivo, quem está no terreno é que tem que esforçar-se por alterar mentalidades"

Falou do Vaticano... Ficámos a conhecer, recentemente, a mensagem para o Dia Mundial do Turismo de 2024. Nesse texto, a Santa Sé sublinha o potencial do turismo, desta grande movimentação de grandes massas humanas para a construção da paz, por força do intercâmbio cultural, do contacto entre povos. É uma mensagem necessária no momento que vivemos?

Não só é necessária, como é imprescindível. É imprescindível, porque o turismo é a habilidade da indústria da paz, porque é através do turismo que nós conseguimos compreender as outras culturas. E repare: há gente que faz muito turismo, mas quer o turismo sem se preocupar em conhecer o outro povo. É uma questão que me perturba particularmente. Como é que as pessoas vão a determinados sítios, vão passear a determinados locais e não se interrogam sobre a cultura ou sobre as festas que estão naquela localidade?

Ficam numa espécie de bolha, não é?

Eu espanto-me. Já me aconteceu ver pessoas que vão fazer turismo com a grande preocupação de saber onde é que está o centro comercial mais próximo. E, atualmente, com a globalização, há coisas que são iguais em todos os sítios; em Lisboa, no Porto, no Algarve, em Espanha, em Franç... São as mesmas lojas, o mesmo tipo de alimentação. Mas cada vez é mais valorizado aquilo que é o típico e o genuíno daquela localidade. Eu dou sempre o exemplo de um senhor que foi numa viagem comigo a Itália e ao final de dois dias reclamou porque não tinha sardinhas assadas e salada à montanheira, que é uma espécie de salada de gaspacho, que é muito típica aqui do Algarve. E só comia massa. Eu disse "desculpe, o senhor veio para a Itália, em Itália come-se massa, não se come sardinhas assadas".

"Se ostracizarmos o turismo, também não temos muito mais por onde crescer para viver"

Historicamente, a religiosidade cristã sempre se expressou com recurso às peregrinações e estamos a caminho do Ano Santo, o Jubileu de 2025. Será uma oportunidade para valorizar ainda mais esta dimensão da fé que chega a cada vez mais pessoas e, muitas vezes, por motivos não explicitamente religiosos?

Sim. E, por isso mesmo, estamos a tentar fazer um trabalho em conjunto com o Secretariado Nacional dos Meios Culturais e com o Turismo de Portugal, no sentido de fornecer alguns subsídios para as pessoas que vão fazer as peregrinações - os caminhos de Fátima, os caminhos de Santiago - e que querem algum subsídio mais espiritual. Porque, atualmente, muitas dessas pessoas que fazem esses caminhos, essas peregrinações não têm a vida cristã comunitária. Fazem-nos por uma questão esotérica ou por gost pela caminhada ou por vários outrps motivos.

Estão a preparar algum guião espiritual para essas pessoas?

Sim, temos esse projeto com o Secretariado Nacional dos Meios Culturais, sim. Já tinha existido, mas nós vamos adaptar e sobretudo torná-lo em suporte informático, porque a uma pessoa que faz uma peregrinação não é muito útil ir com um livro nas mãos.

"Os valores cristãos não são para estar fechados dentro da Igreja, não são só para alguns intelectuais cristãos ou teólogos os valorizarem"

Noutro plano, a Pastoral do Turismo tem-se feito apresentar em grandes palcos direcionados para o setor. Recentemente, estiveram na BTL, a Bolsa de Turismo de Lisboa... Que importância tem a participação nestes eventos?

Tem uma importância de fronteira, de a Igreja estar onde se discute o turismo e onde as pessoas que trabalham e pensam em turismo estão. A presença na BTL do pavilhão do turismo religioso é muito importante e essa presença vai ser alargada.

Precisamente amanhã, vamos iniciar um conjunto de reuniões com a Câmara de Ourém, com o Turismo de Portugal e com outras entidades para alimentar e aumentar a presença nos mesmos moldes este ano e no próximo ano. Também recentemente estivemos na IFTUR, que se reúne dois em dois anos na Universidade de Aveiro. É o maior congresso, o maior evento do âmbito universitário, do âmbito académico sobre turismo, onde a Pastoral do Turismo foi responsável por um ateliê, entre os vários que estivemos lá, para discutir a questão do turismo religioso. Fomos convidados a apresentar um apontamento no Brasil em conjunto com o Pastoral do Turismo brasileiro, também num evento no Brasil.

Ou seja, é essencial essa presença porque senão ficamos enclausurados na Igreja e na sacristia. E necessário estarmos com as pessoas que pensam; as entidades que tratam do turismo, como o secretário de Estado, Pedro Machado, que é uma pessoa também católica, praticante, com quem vamos ter uma reunião brevemente,. É necessário estar com os meios académicos e governamentais, é muito importante para nós tomarmos consciência das verdadeiras dificuldades e da realidade onde se decide o turismo.

Tem sido uma preocupação da Pastoral do Turismo alertar para os efeitos da chamada pegada turística. Com frequência tem falado da necessidade de uma pastoral “Laudato Si”. Encontra também essa preocupação nas instituições, nos municípios ou as chamadas taxas turísticas são apenas mais uma boa fonte de receita?

São uma boa fonte de receita, e há outras iniciativas, mas há uma preocupação. A nós, compete-nos alertar aqueles que praticam turismo e aqueles que trabalham no turismo, aqueles que vão de férias, a preservar o que encontraram para quem vier a seguir. Genuinamente, eu noto que há uma preocupação. Nesse congresso em que participámos, na IFTUR, cada vez mais se falava do turismo sustentável e ecológico e até foi citada a própria “Laudato Si” como um apelo para essa realidade.

"Só há 60 anos é que as pessoas começam a ter acesso a alguns discursos teológicos e a algumas intelectualidades (...) A fé sempre cheirou a manjerico e sempre foi uma questão de pessoas mais populares"

Em Portugal, estamos a assistir àquilo que se chama um turismo de massa. Temos tido a preocupação, a prevenção para que essa pegada não seja tão evidente?

Bem, em algumas cidades é difícil. Em Portugal, provavelmente, seria mais difícil. Em Lisboa, no entanto, a pastoral do turismo local tem feito o possível para chamar a atenção. Mas esse fenómeno que se chama “turismofobia”, neste momento, verifica-se sobretudo em Madrid e em Barcelona. Em Barcelona, quer-se limitar o turismo, assim como, por exemplo, em Veneza.

Há risco de chegar essa “turismofobia” a Portugal?

Há, mas em Portugal somos mais resistentes porque, se não for a indústria do turismo, a diferença de números da parte económica, da indústria do turismo para a indústria mais seguinte é muito flagrante e se não for a indústria do turismo, temos um dilema. Ou seja, se nós ostracizarmos o turismo, a partir desse momento, também não temos muito mais por onde crescer e para viver.

É incontestável que o turismo tem sido a "galinha dos ovos de ouro" da economia portuguesa, mas este não é um recurso inesgotável. Há risco de desbaratar o recurso até à exaustão?

Há. Por isso é que nós, e algumas entidades, falámos, por exemplo, nas últimas jornadas, sobre a “Laudato Si”. Nas próximas falaremos sobre a “Fratelli Tutti”. Ou seja, claro que há risco e há que criar outras questões para nós conseguirmos viver. E também há outra coisa, que tem a ver com a indústria do turismo, que é a inclusão dos imigrantes. Fala-se da política de imigração e é importante a questão de uma política de imigração, mas, na região onde eu vivo, no Algarve, se não fossem os imigrantes não havia trabalhadores para o turismo.

Recentrando-nos na questão do facto do turismo ter sido ou ser a "galinha dos ovos de ouro", é necessário preservar o turismo como setor importante da atividade económica? E como é que se previne a situação?

Se eu tivesse uma solução, estava a escrever neste momento um livro. Eu acho que, da parte da Igreja, previne-se com a questão do conhecimento, com mostrar e criar aspetos de sustentabilidade. A Igreja também se deve preocupar com a sustentabilidade das pessoas e mostrar e falar da questão da indústria da paz. Mostrar que as pessoas que vêm de fora não nos maltratam, não são apenas depositários de dinheiro, mas vêm conhecer a nossa cultura. Aí, da parte da Igreja, o trabalho que nós estamos a fazer - até com incentivos a manter as igrejas abertas e tudo o mais - tem a ver com uma questão de mostrar a quem nos visita a identidade que temos. Através das festas populares, foi a conversa que nós começámos... Isso é importantíssimo. Através do património, através de celebrações noutras línguas,... Há paróquias que têm celebrações noutras línguas, o que ajuda perfeitamente aqueles que estão cá a viver e que são turistas a integrarem-se na comunidade.

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