10 jun, 2024 - 00:10 • Diogo Camilo
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O Partido Socialista é o partido mais votado nas eleições europeias em território nacional, por uma margem de apenas 38 mil votos, depois de ter perdido as legislativas por pouco mais de 50 mil votos.
Numa altura em que ainda faltam contar os resultados no estrangeiro, o PS, com Marta Temido a cabeça de lista, conseguiu 30% e oito dos 21 eurodeputados, mais um que a coligação da Aliança Democrática, do PSD e do CDS, que teve 29% dos votos.
Nas eleições votaram quase 4 milhões de pessoas — 36,5% dos eleitores inscritos, tendo sido registada a taxa de abstenção mais baixa em 15 anos. Este é também o maior número absoluto de votantes em 35 anos: desde 1987 que não havia tantos portugueses a votar em europeias.
Em relação a 2019, o PS perde um eurodeputado (fica com oito) e a AD consegue sete, número igual à soma dos seis conquistados pelo PSD e um conquistado pelo CDS nas últimas eleições.
O Chega e a Iniciativa Liberal entram pela primeira vez no Parlamento Europeu, mas com sentimentos contraditórios.
Se o Chega teve quase metade da percentagem que tinha registado nas legislativas de março, e regista um resultado muito pior do que as sondagens previam nas semanas anteriores, a Iniciativa Liberal vai além dos objetivos e quase duplica a percentagem que tinha alcançado a 10 de março.
O partido de André Ventura conseguiu dois eurodeputados, através de 382 mil votos (9,76%) — nas legislativas, mais de 1,1 milhões tinham votado no Chega.
Já a Iniciativa Liberal consegue também dois eurodeputados, conquistando 386 mil votos e 9,07%, mais do que nas legislativas, onde teve 319 mil votos e 4,94%.
O partido é mesmo o único dos que têm representação parlamentar a conseguir mais votos do que obteve nas legislativas.
O Bloco de Esquerda e a CDU mantêm a representação no Parlamento Europeu, mas veem o número de eurodeputados reduzir-se para metade: ambos conseguem um mandato, com 4,25% e 4,12%, respetivamente.
Em relação às legislativas, o BE tem menos 115 mil votos, enquanto os comunistas têm cerca de menos 40 mil votos em relação às eleições de 10 de março.
Já o Livre falha a eleição do seu cabeça de lista, Francisco Paupério, com o partido a conseguir 148 mil votos (3,75%) - menos 50 mil em relação às legislativas.
O PAN não repete a eleição de um eurodeputado e fica bem longe de eleger, com apenas 1,22% dos votos — cerca de 47 mil votos, menos de metade das eleições de 10 de março.
O partido fica, inclusive, atrás do ADN, que com Joana Amaral Dias consegue 54 mil votos (1,37%), quase metade dos votos nas legislativas.