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10 de Junho. Marcelo pede que Portugal "unido" não omita a tragédia, mas sonhe com a redenção

10 jun, 2024 - 11:50 • João Malheiro com Lusa

O bombeiro Rui Rosinha, que ficou gravemente ferido nos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, pediu ao Governo e à oposição um "compromisso sério" com a coesão e criticou medidas que não saem do papel.

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O Presidente da República pediu um Portugal "unido na sua diversidade" que seja capaz de sonhar com a "redenção e vida", sem "omitir a tragédia e a morte", como a dos incêndios de 2017.

Num discurso feito em Pedrógão Grande, um dos locais mais afetados pelas chamas em 2017, Marcelo Rebelo de Sousa apela a que este tipo de tragédia nunca mais se repita e que o futuro seja "mais igual e menos discriminatório para todas as terras e todos os portugueses".

Portugal deve ser um "lugar para a esperança e confiança, mesmo nos instantes mais sofridos da nossa vida coletiva", defende o chefe de Estado.

O discurso do Presidente da República realçou, várias vezes, as várias realidades de Portugal, apontando para a necessidade de uma coesão social e territorial.

"Portugal não é só mar, oceanos litorais. Portugal não é só interiores. Portugal não é só metrópoles, cidades, capitais de distritos. Portugal não é só aldeias, vilas e lugares. Portugal não é só História, Cultura e Ciência. Portugal não é só memórias. Portugal é tudo isso. É um só, o mesmo Portugal. Ao celebrar Portugal, celebra-o todo", defende.

Marcelo Rebelo de Sousa pede que não se esqueça "os tantas vezes esquecidos" e deu o exemplo de Luís Vaz de Camões, que no final de vida viveu ostracizado e na pobreza, antes de voltar a ser "reconhecido e admirado".

O chefe de Estado acredita, ainda que "Portugal e os portugueses são sempre melhores do que as antevisões dos arautos de infortúnios".

"Somos melhores do que às vezes pensamos e do que outros gostam de pensar. Orgulhosamente vivemos quase 900 anos de passado sempre feito futuro.", conclui.

Bombeiro ferido nos incêndios discursou

O bombeiro Rui Rosinha, que ficou gravemente ferido nos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, pediu ao Governo e à oposição um "compromisso sério" com a coesão e criticou medidas que não saem do papel.


"Neste Dia de Portugal, aproveitamos o foco desta celebração para, na presença do Governo e representantes da oposição, apelar a um compromisso sério com estes territórios de baixa densidade", afirmou Rui Rosinha, em Pedrógão Grande, na cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Perante o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, membros do seu Governo e representantes de partidos na oposição, Rui Rosinha pediu uma "séria e verdadeira coesão territorial, social e estrutural, e não apenas medidas em papel sem concretização efetiva".

O bombeiro foi convidado pelo chefe de Estado para discursar nas comemorações do Dia de Portugal, este ano centradas em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, os concelhos mais afetados pelos fogos de junho de 2017, que provocaram 66 mortos e 253 feridos, além da destruição de casas, empresas e floresta.

Rui Rosinha, de 46 anos, era chefe de uma viatura dos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera mobilizada para estes fogos e na qual seguiam mais quatro bombeiros. Um deles - Gonçalo Conceição - morreu.

No discurso, o bombeiro, que pertence ao quadro de honra da corporação, recordou os fogos, lembrando os mortos -- especialmente o colega Gonçalo Conceição - e os feridos, para sublinhar que as cicatrizes "são profundas e irreparáveis".

"A tragédia expôs muitas das nossas vulnerabilidades, mas também destacou a nossa união e resiliência como nação", assinalou, referindo que "a região afetada mostrou ao mundo a força da solidariedade portuguesa", sem esquecer a ajuda de comunidades estrangeiras.

Contudo, Rui Rosinha, que fez a intervenção numa cadeira de rodas, considerou que "pouco chegou ao território", e "a burocracia é pesada e demorada".
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  • EU
    10 jun, 2024 PORTUGAL 12:07
    Todos os anos vejo, através das televisões, o que se passa nas comemorações do 10 de Junho. Vejo por LÁ um certo NÚMERO de HOMENS vestidos civilmente, EXIBINDO as MEDALHAS com que foram AGRACIADOS pelos " MAUS SERVIÇOS " que prestaram no cumprimento do Serviço Militar. Como ex. COMBATENTE em Angola, sinto VERGONHA pelo EXIBICIONISMO dessas MEDALHAS, pois MUITAS eram atribuidas por TEREM MATADO e não terem dito NÃO. A ELES digo. Tenham VERGONHA.

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