11 jun, 2024 - 15:53 • Lusa
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu esta terça-feira mais sistemas de defesa aérea para proteger as cidades da Ucrânia e a sua infraestrutura energética, argumentando que são a resposta para travar a invasão russa.
"É o terror inspirado por mísseis e bombas que ajuda as tropas russas a avançar no terreno", disse Zelensky em Berlim, durante a terceira Conferência Internacional para a Reconstrução da Ucrânia.
"Enquanto não privarmos a Rússia da possibilidade de aterrorizar a Ucrânia, (o Presidente da Rússia, Vladimir) Putin não terá interesse real em procurar uma paz justa", acrescentou, assegurando que "a defesa aérea é a resposta".
Zelensky afirmou ainda que o bombardeamento russo à infraestrutura energética ucraniana levou à redução pela metade da produção de eletricidade da Ucrânia desde o inverno.
"Os ataques russos com mísseis e 'drones' já destruíram nove gigawatts de capacidade. O pico de consumo de eletricidade do inverno passado foi de 18 gigawatts. Portanto, metade disso já não existe hoje", disse Zelensky.
Segundo o dirigente ucraniano, 80% da produção térmica e um terço da produção hidroelétrica foram destruídos por ataques russos, que nos últimos meses atingiram numerosas centrais elétricas ucranianas, depois de uma campanha de bombardeamentos no ano anterior que já tinha levado a cortes massivos.
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Zelensky também acusou a Rússia de ter como alvo instalações de armazenamento de gás e sistemas que ligam a rede elétrica da Ucrânia à da UE.
Como resultado dos ataques russos, a operadora nacional Ukrenergo anunciou esta terça-feira a extensão do racionamento de energia a todo o país.
"Hoje, as restrições foram estendidas a toda a Ucrânia das 14:00 às 23:00 (12:00 às 21:00 em Lisboa), disse Ukrenergo, que organiza a rotação dos cortes de energia.
No dia anterior, o horário de racionamento foi de duas horas a menos e a empresa esperava esta terça-feira que as restrições pudessem ser limitadas das 14h00 às 19h00 (12h00 às 17h00).
Mas "o consumo continua a aumentar", enquanto "as centrais elétricas ucranianas não conseguem produzir tanta eletricidade como antes dos ataques devido aos danos consideráveis que sofreram", indicou a Ukrenergo.
Segundo a mesma fonte, as importações dos países europeus não são suficientes para compensar o défice do sistema.
A segurança energética e a restauração da rede elétrica da Ucrânia são um dos 10 pontos do plano de paz do Presidente ucraniano, que estará na agenda de uma cimeira na Suíça, nos dias 15 e 16 de junho, para a qual a Rússia não foi convidada.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse aos jornalistas esta terça-feira que as instalações elétricas ucranianas eram alvos "militares" legítimos.