11 jun, 2024 - 08:25 • Sérgio Costa , Guilherme Correia da Silva
Como reconstruir a Ucrânia? E como fazer com que as pessoas voltem ao país, para reconstruir a Ucrânia, quando a guerra acabar?
São dois dos grandes temas que vão ser debatidos entre terça-feira e quarta-feira numa conferência em Berlim para a reconstrução da Ucrânia. São esperados mais de 2.000 participantes.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou esta terça-feira que chegou à Alemanha para se reunir com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
"Scholz e eu discutiremos mais ajuda em matéria de defesa, a expansão do sistema de defesa aérea da Ucrânia e a produção conjunta de armas. Coordenaremos as nossas posições antes da Cimeira da paz, o Conselho europeu e a Cimeira da NATO", indicou.
Há meses que decorrem os preparativos.
A Alemanha diz que a reconstrução da Ucrânia não pode esperar. É preciso reconstruir casas, infraestruturas. E Berlim já está, por exemplo, a ajudar a reconstruir a rede elétrica e também a torná-la mais resistente a ataques.
Depois de uma conferência em Londres, no ano passado, este ano, há quatro grandes temas em cima da mesa, em Berlim: como ajudar as pequenas e médias empresas, como ajudar a planear as cidades depois da guerra, como ajudar a Ucrânia a entrar na União Europeia, e como tornar a Ucrânia atrativa para viver e trabalhar.
Porque faltam 11 milhões de ucranianos como mão de obra. Seja porque são soldados, que estão na linha da frente, ou porque estão deslocados ou refugiados.
Bom, a tarefa de reconstrução é gigantesca. Estima-se que são precisos mais de 500 mil milhões de euros para reconstruir a Ucrânia, na próxima década.
Nesta conferência em Berlim, vai ser lançada, por exemplo, uma aliança para mão de obra qualificada na Ucrânia. Para formar profissionais de saúde, eletricistas, engenheiros, técnicos de informática, agrónomos. Tudo profissões necessárias à reconstrução da Ucrânia.
Outra questão é como financiar tudo isto? Um dos objetivos da conferência em Berlim vai ser mobilizar doadores. Mas também se tem questionado se será possível financiar a reconstrução com dinheiro russo, retido na Europa?
A União Europeia chegou à conclusão que o que é possível é usar os lucros dos ativos russos congelados na Europa, para a reconstrução da Ucrânia e para comprar armas. Os primeiros fundos deverão já ser transferidos em julho.