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Economia

Banco Mundial: crescimento mundial ainda abaixo dos valores da pré-pandemia

11 jun, 2024 - 14:45 • Sandra Afonso

Economista chefe avisa que se as taxas de juro permanecerem altas, no próximo ano o crescimento global pode ficar pelos 2,4%.

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O Banco Mundial estima que a economia internacional cresça 2,7% nos dois próximos anos, um valor abaixo das estimativas anteriores à pandemia, que apontavam para um crescimento de 3,1% nesta década. O economista chefe avisa que se as taxas de juro permanecerem altas, no próximo ano o crescimento global pode ficar pelos 2,4%. As novas previsões foram avançadas esta terça-feira.

Assim, o Banco Mundial aponta para a estabilização do crescimento, mas abaixo dos níveis pré-pandemia. Não vamos assistir a uma nova queda do crescimento global, segundo as últimas previsões da instituição, que seria a terceira, após o surgimento da Covid-19. Este ano, as economias internacionais deverão manter os níveis de crescimento, em 2,6%, o mesmo valor de 2023.

O Banco Mundial está mais pessimista do que o Fundo Monetário Internacional, que em abril apontou para um crescimento mundial de 3,2%.

Ainda segundo o Banco Mundial, em 2025 e 2026 o crescimento global deverá chegar aos 2,7%. Ainda assim, fica abaixo dos 3,1% que tinham sido previstos para a década, antes da pandemia. Caso a inflação se mantenha alta nos países desenvolvidos, as taxas de juro podem ficar cerca de 40 pontos base acima do previsto. Neste cenário, o crescimento poderá ser ainda menor e ficar no próximo ano pelos 2,4%.

As últimas previsões da instituição referem ainda que as taxas de juro nos próximos três anos deverão ser o dobro do registado, em média, entre 2000 e 2019. Ou seja, esta é uma pressão adicional sobre o crescimento e as economias emergentes.

Os países que representam 80% da população mundial e da criação de riqueza terão um crescimento abaixo do registado antes da pandemia, até 2026.

“As perspetivas para os países mais pobres são ainda mais preocupantes. Eles enfrentam níveis punitivos de dívida, restrições comerciais e eventos meteorológicos destrutivos”, avisa o Banco Mundial. Estes países continuam a precisar de assistência internacional.

Para os Estados Unidos, o Banco Mundial prevê um crescimento de 2,5% este ano. A China também vê o crescimento revisto em alta, para 4,8% em 2024. A Índia passa de 6,4% para 6,6%.

Em contraciclo, a economia japonesa deverá crescer apenas 0,7%, uma revisão em baixa, dos anteriores 0,9%.

Também com uma previsão de crescimento de 0,7% este ano, neste caso inalterada, está a zona euro. O Banco Mundial aponta para a recuperação dos rendimentos reais das famílias e o crescimento "moderado" do investimento e das exportações. Para 2025 a previsão é de um crescimento de 1,4%.

Entre os maiores riscos assinalados, o Banco Mundial destaca a tensões geopolíticas, que podem levar a uma maior volatilidade no preços das matérias-primas, e a "fragmentação do comércio mundial", que poderá causar perturbações extra nos fluxos comerciais. O eventual regresso de Trump à Casa Branca, por exemplo, pode aumentar o protecionismo no comércio.

Outro risco é uma inflação mais persistente, que pode atrasar a descida dos juros, a flexibilização monetária e promover o arrefecimento das economias.

Há ainda a possibilidade da ocorrência de "outras catástrofes naturais relacionadas com as alterações climáticas” que também poderão prejudicar a atividade económica.

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