10 jun, 2024 - 10:27 • Eduardo Soares da Silva
Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, anunciou que o clube não tem intenção de participar no Campeonato do Mundo de clubes, que se realizará pela primeira vez num formato alargado e com a presença de Benfica e Porto.
Em entrevista ao "Il Giornale", o treinador italiano justifica com motivos financeiros. Para Ancelotti, participar no Mundial não trará benefícios ao clube.
"A FIFA pode esquecer isso. Os jogadores e os clubes não vão participar. Um jogo do Real Madrid vale 20 milhões de euros e a FIFA quer pagar esse valor pelo torneio todo. Como nós, muitos outros clubes vão recusar", disse.
A prova está marcada para o final da próxima época, entre 15 de junho e 13 de julho de 2025 nos Estados Unidos, com 32 equipas. Os clubes dos diferentes continentes apuram-se pelos rendimentos nas competições continentais.
Num comunicado oficial, o Real Madrid garante que não está em causa a participação do clube na prova: "Vamos disputar o torneio e estamos entusiasmados por lá estar".
O próprio treinador acabou por desmentir o que disse ao jornal italiano: "As minhas palavras não foram interpretadas da forma que eu queria. Nada poderia estar mais longe do meu interesse do que rejeitar a possibilidade de disputar um torneio que considero uma grande oportunidade para continuar a lutar por grandes títulos com o Real Madrid".
Da Europa, Chelsea, Real Madrid, Manchester City, Bayern Munique, PSG, Inter Milão, FC Porto, Benfica, Dortmund, Juventus, Salzburgo e Atlético de Madrid são os clubes apurados.
Emblemas como Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Monterrey, Seattle Sounders e Auckland City estão também já apurados,ainda que existam ainda oito vagas em aberto. Nove, se o Real Madrid não participar.
É uma dura primeira declaração de Ancelotti que pode abanar com o projeto da FIFA, que decidiu alargar a prova que antes realizava-se a meio da temporada apenas com os vencedores da Liga dos Campeões de cada continente. ´
O Real Madrid, que seria um dos cabeças de cartaz do torneio, é um dos fundadores do projeto da Superliga Europeia, que recebeu luz verde do Tribunal de Justiça da União Europeia, mas que, para já, não recebeu novas atualizações.
Na altura do anúncio do novo formato, o treinador português que mais vezes disputou a prova, Manuel José, entende que "a FIFA faz o que bem entender".
"Estas são competições de elite. A FIFA é um organismo de elite e, como não tem que prestar contas a ninguém, faz o que bem entende. Ao nível da distribuição de receitas também. De quatro em quatro anos, torna-se mais difícil para as equipas portuguesas. O acesso fica mais difícil para o mundial de clubes e para a Champions", considera Manuel José, em entrevista a Bola Branca.
[Editado às 14h30 - comunicado Real Madrid]