06 jun, 2024 - 08:00 • Luís Aresta
A regra do ‘golo de ouro’ deve ter sido uma das ideias mais excêntricas do futebol. E Portugal também sofreria com a chamada “morte súbita”.
O nome já diz tudo...
O que diz a regra do ‘golo de ouro’, afinal? São acrescentadas aos 90 minutos regulares duas metades de 15 minutos (ou seja, um prolongamento), mas, atenção, se alguma equipa marcar um golo durante esse tempo extra, essa equipa torna-se vencedora e o jogo termina. Subitamente.
O primeiro Europeu com ‘golos de ouro’ foi o de 1996 e seria essa regra a definir o campeão. Na final, Oliver Bierhoff marcou ao minuto 5 do prolongamento o golo da vitória, por 2-1, sobre a República Checa e deu o título à Alemanha.
Quatros anos depois, a campeã do mundo França é séria candidata a suceder aos germânicos. Os franceses, que já nos quartos de final tinham sido uns sortudos frente à Espanha, só ultrapassaram Portugal (2-1) nas meias-finais, com um ‘golo de ouro’ aos 117 minutos. Foi um penálti de Zidane, após a famosa mão marota de Abel Xavier.
Mas a pérola estava reservada para a final de Roterdão.
Delvecchio adiantou a Itália e, depois de Del Piero falhar duas ocasiões para matar o jogo, é o suplente francês Sylvain Wiltord que força o prolongamento aos 90’+4. O tempo extra só dura três minutos, o tempo necessário para Trezeguet marcar um ‘golo de ouro’ e declarar a ‘morte súbita’ da Itália.
Em 2004, a FIFA acaba com o golo de ouro, mas a UEFA mantém por mais uns meses o golo de prata no Europeu que Portugal organiza e perde para a Grécia.
Para concluir a história, só falta dizer que os gregos chegaram à final de 2004 graças ao baterem a República Checa com um golo de prata.