05 jun, 2024 - 08:00 • Luís Aresta
O momento dramático, talvez o mais dramático da história dos Europeus de futebol, aconteceu há três anos em Copenhaga.
A 12 de junho, Christian Eriksen caiu inanimado no relvado, ao minuto 42 do jogo de estreia da Dinamarca contra a Finlândia, no Parken Stadium. O jogador dinamarquês tomba desamparado quando um colega de equipa lhe passa a bola num lançamento lateral.
Um profundo silêncio instala-se nas bancadas.
Terá Eriksen morrido?
Não seria o primeiro caso nos estádios. Em Portugal, dois casos ficaram para a história: em dezembro de 1973, Pavão morreu a jogar pelo FC Porto, ao minuto 13 de um jogo da jornada 13. E fez em janeiro 20 anos que o húngaro Miklos Feher, do Benfica, tombou no relvado em Guimarães para não mais se levantar.
O fim da história de Eriksen seria mais feliz, apesar das lágrimas que inundaram os olhos de jogadores e espectadores quando o dinamarquês cai inanimado. Colegas de equipa e adversários escudaram Eriksen dos olhares alheios. A assistência médica entrou prontamente em campo. Seguem-se longos minutos de ansiedade até que o jogador é retirado em maca e transportado para o hospital, enquanto nas bancadas se clama em uníssono por Eriksen.
O médico da seleção dinamarquesa confessa mais tarde ter chegado a pensar que o jogador se "tinha ido", mas em boa verdade o seu coração apenas tinha parado na hora certa e no momento certo para que pudesse sobreviver.
O jogo foi reatado.
A Dinamarca sai derrotada por 1-0, mas nessa noite, em Copenhaga, os grandes vencedores foram Eriksen e o verdadeiro espírito do futebol.