22 mai, 2024 - 08:00 • Luís Aresta
Luiz Felipe Scolari, novembro de 2007. Portugal tinha acabado de garantir o apuramento para o Euro 2008, num empate a zero com a Finlândia, no estádio do Dragão.
Quando questionado se tinham sido os 90 minutos mais difíceis da sua carreira de treinador, Scolari irritou-se e o resultado foi o que se viu.
O técnico brasileiro estava há quatro anos em Portugal e já carregava com ele o estigma da final europeia perdida para a Grécia. Chegara à seleção portuguesa em 2003, com os galões de quem tinha conduzido o Brasil ao 5º título mundial.
O que aconteceu a seguir todos sabemos. Portugal era país organizador e tinha direito a lugar VIP no Euro2004. Entrou a perder com a Grécia e com a Grécia sairia a perder na final.
Apesar do desaire, Scolari manteve a confiança de Gilberto Madaíl então presidente da Federação Portuguesa de Futebol. A caminhada sem sobressaltos até ao mundial de 2006, só terminaria na meia-final com a França – culpa de… Zidane.
Scolari manter-se-ia firme ao leme da seleção, rumo ao Euro2008. O grupo de qualificação era acessível, mas um empate na Arménia e outro na Polónia, nos dois primeiros jogos, colocariam pressão sobre Scolari, para a terceira jornada com a Sérvia.
12 de setembro de 2007, Alvalade. Simão Sabrosa coloca Portugal na frente, de livre direto, mas a Sérvia acaba por chegar ao empate nos instantes finais, com Ivanovic a `fuzilar´ o guarda-redes Ricardo. Seria o rastilho para o que veio a seguir, com Scolari a agredir o defesa sérvio Dragutinovic e a tentar justificar o injustificável aos microfones da RTP…
Suspenso por dois jogos, Scolari limpa a folha e leva Portugal ao Euro2008, atrás da Polónia.
O sonho de uma segunda final europeia termina diante da Alemanha, nos quartos de final disputados em Basileia. Luiz Felipe Scolari já tem um pré-acordo com o Chelsea. A derrota por 3-2 e adeus ao campeonato da europa apenas confirmam o fim de ciclo do treinador brasileiro, sem o ambicionado título para Portugal.