29 mai, 2024 - 09:13 • André Rodrigues
No rescaldo da visita do presidente ucraniano a Portugal, fazemos o balanço do que fica dos encontros entre Zelensky, o primeiro-ministro e o Presidente da República.
No imediato, o mesmo é dizer durante este ano, Portugal avança com uma ajuda militar no valor de 126 milhões de euros. No entanto, desse montante, só 26 milhões é que são da responsabilidade do atual Governo.
É que, na verdade, os outros 100 milhões de apoio à Ucrânia com que Portugal se comprometeu fazem parte fazem parte de um pacote de ajuda por iniciativa da República Checa para o fornecimento de munições à Ucrânia. Esse valor, esses 100 milhões de euros, foram aprovados pelo anterior Governo - quando estava, já, em fase gestão - e foram pagos no passado mês de março.
Os outros 26 milhões, esse sim, são da responsabilidade do atual Governo, através da contribuição do Estado português para o Mecanismo Europeu de Apoio à Paz.
Essencialmente, para treino das forças de segurança e de defesa ucranianas e equipamento militar. No texto do acordo pode ler-se que Portugal irá fornecer equipamento militar, incluindo através de cooperação industrial, armamento, equipamento e bens de defesa.
Por exemplo, carros de combate Leopard 2, drones, veículos blindados de transporte de pessoal e de socorro.
Estão, também, previstos programas de formação para pilotos ucranianos, manutenção de aeronaves e, ainda, apoio para a reconstrução do país.
Pelo menos 10 anos que Luís Montenegro admite que podem ser renovados. Apesar de, tecnicamente, este ser um acordo não vinculativo, Portugal garante apoio inabalável a Kiev. Um apoio que, citando o primeiro-ministro Luís Montenegro, não se resume meramente a euros.
De resto, em termos proporcionais, o apoio militar de Portugal à Ucrânia é bastante inferior ao de outros países, como a Espanha ou a Bélgica que avançam com apoios iguais ou superiores a mil milhões de euros.
A aposta portuguesa neste entendimento passa, sobretudo, pela diplomacia, através do apoio às aspirações da Ucrânia na adesão à União Europeia e à aproximação à NATO.