29 mai, 2024 - 11:03 • André Rodrigues
Nos últimos dois meses, mais 36 mil utentes sem médico de família foram registados no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
De acordo com dados do Portal da Transparência do SNS, citados pelo jornal Público, este número contraria a tendência de diminuição do número de utentes inscritos nos últimos anos.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) relaciona o aumento dos últimos dois meses com o facto de muitos utentes sem médico de família terem sido eliminados dos sistemas informáticos, por não terem os dados atualizados.
“Só que esses utentes não desapareceram, regressaram às suas unidades, voltaram a pedir consultas. Ou seja, continuam sem médico atribuído, mas precisam de cuidados e continuam a ter necessidade de ser acompanhados”, esclarece Nuno Jacinto.
Questionado se este aumento pode estar relacionado com os movimentos migratórios e com a entrada de mais cidadãos estrangeiros no país, o responsável da APMGF exclui uma ligação direta e insiste que “o grosso do problema é algo que já vem de trás e tem a ver com a falta de médicos de família” no SNS.
No entanto, Nuno Jacinto situações pontuais de regiões “onde isso é particularmente importante”.
“Várias destas pessoas não têm a sua situação totalmente regularizada e isso não pode impedi-las de ter acesso aos cuidados de saúde. Mas, a nível burocrático, têm sido levantados vários problemas e, portanto, também estas pessoas que estão a chegar a Portugal têm dificuldades na inscrição”.