30 abr, 2024 - 07:50 • Marisa Gonçalves , João Malheiro
A presidente da Comissão Nacional de Promoção e Proteção das Crianças e Jovens adianta que há um aumento do número de crianças em risco.
Sem querer divulgar dados concretos, sobre um relatório que sairá no próximo mês, Rosário Farmhouse reconhece que há mais denúncias, ou seja, um maior esforço para que as mesmas sejam feitas.
Ao todo, foram acompanhadas 74 mil crianças em 2022 e, no ano passado, este número "eventualmente terá sido superado". As entidades que mais comunicam situações de risco são as forças de segurança e as escolas, mas têm aparecido cada vez mais denúncias feitas por particulares.
O aumento de denúncias pode não significar que a violência sobre menores está a aumentar. Poderá ser, sim, a tradução de que as pessoas estão mais sensibilizadas para um fenómeno cada vez mais complexo.
Comunicar situações de perigo é uma forma de proteção das crianças, lembra Rosário Farmhouse, que diz ainda que graças às comissões de Proteção de Crianças e Jovens, têm sido denunciados casos graves ou muito graves. Diz também que é preciso desmistificar mitos e garante que a vertente familiar não é descurada.
"A negligência pode ser não ter consciência da importância para a criança de ter todas as refeições, ter a roupa certa, nunca falhar a escola. Também pode estar relacionada com problemas de saúde mental", explica, por outro lado.
A presidente da Comissão Nacional de Promoção e Proteção das Crianças e Jovens realça que as escolas têm um papel fundamental para estarem "atentas aos sinais".
"A criança chega sempre atrasada às aulas, apresenta uma tristeza ou uma agressividade constante. As escolas devem comunicar para que se possa desenhar, em conjunto com a família, medidas concretas para que a criança posssa superar essa fase menos boa da sua vida", apela.
No âmbito deste que é o Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, muitas foram as iniciativas que procuraram sensibilizar a população para este tema, um pouco por todo o país. À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, as várias comissões de Proteção de Crianças e Jovens organizam-se, na comunidade, para formar um laço azul humano.
Em Lisboa, a iniciativa que deveria contar, esta tarde, com 1.500 crianças, no Parque Eduardo VII, foi adiada para uma data ainda a anunciar, devido à previsão de mau tempo. Assim a meteorologia o permita, a iniciativa há-de concretizar-se noutros municípios.