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Moradores de aldeia em Odemira relatam alegadas agressões de militares da GNR

04 abr, 2024 - 20:36 • Lusa

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de São Luís, no interior do concelho de Odemira, "há coisa de um mês" começaram a surgir "relatos de agressões" a moradores, alegadamente por parte de alguns militares da GNR.

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O presidente da Junta de Freguesia de São Luís, concelho de Odemira (Beja), Manuel Campos, pediu esta quarta-feira a abertura de uma investigação à atuação de militares do posto da GNR local por alegadas agressões a moradores.

"Queremos que se investigue [esta situação] e que se castiguem os responsáveis para que não fique toda uma corporação mal vista", defendeu o autarca, lamentando "o comportamento de três ou quatro" elementos do Posto Territorial da GNR de São Luís.

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de São Luís, no interior do concelho de Odemira, "há coisa de um mês" começaram a surgir "relatos de agressões" a moradores, alegadamente por parte de alguns militares da GNR.

A agência Lusa contactou hoje o autarca na sequência de uma reportagem emitida pela SIC Notícias que dá conta de agressões a moradores da aldeia de São Luís por militares da GNR.

Contactado também hoje pela Lusa, o Comando-Geral da GNR remeteu para mais tarde eventuais esclarecimentos sobre este caso, mas, até às 18:00, ainda não tinha enviado qualquer resposta.

Segundo o autarca Manuel Campos indicou à Lusa, o primeiro relato "foi há cerca de um mês, quando um cidadão romeno" contou que "foi empurrado com muita violência pelos [militares da] GNR" no interior da sua residência.

"Entretanto, começaram a surgir relatos de outras situações" de alegadas agressões por parte da GNR, contou.

Entre elas, "a de um rapaz que estava a passear os cães na rua e [como] os cães ladravam, e ao que parece já o tinham avisado para não andar com os cães" na via pública, "chamaram-no ao posto e bateram-lhe", exemplificou.

Numa outra ocasião, ainda segundo o autarca, a agressão terá acontecido, durante a madrugada, depois de um morador que "estava na rua do posto" da GNR, ter sido alegadamente abordado pelos militares, depois de fazer um comentário à "velocidade um bocadinho excessiva" de uma das viaturas da Guarda.

"E eles automaticamente chamaram-no para dentro do posto e estiveram lá uma hora a baterem-lhe", relatou. .

Quando o homem "saiu do posto, chamou o INEM, que o levou para o Centro de Saúde e foi lá que disse que tinha sido agredido no posto", tendo sido feito um relatório médico, acrescentou.

Ainda de acordo com o autarca, os mesmos militares terão estado envolvidos numa outra agressão a um jovem, interpelado na rua, na sequência de "uma suposta brincadeira com o namorado".

"Quando o carro da GNR se aproximou, os militares saíram da viatura, encostaram esse rapaz à parede e começaram a agredi-lo com pontapés", disse.

O jovem terá sido "algemado e colocado no carro" mas, uns minutos mais tarde, já numa outra zona da aldeia, os militares terão pedido para este "sair da viatura" e "voltaram a agredi-lo", alegou.

Já no posto da GNR, prosseguiu, o jovem "voltou a ser agredido" pelos militares que "ameaçaram que lhe davam um tiro a ele e ao namorado".

À Lusa, o autarca referiu que, no último mês, foram relatados "seis casos" de alegadas agressões e disse ter conhecimento de que foram apresentadas "duas queixas" na GNR.

"Esta situação tem criado um clima de revolta entre as pessoas e até mesmo junto dos comerciantes", lamentou o presidente da junta de freguesia, acrescentando que "estes comportamentos põem em causa toda a corporação".

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