18 jan, 2024 - 10:49 • Olímpia Mairos
A capital do Barroso acolhe, a partir desta quinta-feira e até domingo, a 33ª Feira do Fumeiro de Montalegre. O certame, apelidado de “rainha do fumeiro” conta, este ano, com cinco expositores com idades inferiores a 30 anos.
“Vão participar pela primeira vez na feira”, conta a presidente da autarquia, Fátima Fernandes, sublinhando que “é um bom indicador para perceber que os nossos jovens já perceberam que podem ficar aqui na nossa terra, que podem aprender com os avós e com os pais e que têm aqui uma fonte de receita muito interessante e que pode ocupar todo o ano”.
Segundo a autarca, a produtora mais nova a participar na feira tem 23 anos.
No certame participam 49 expositores de fumeiro, que terão à venda cerca de 50 toneladas de presunto, alheira, chouriça de carne, salpicão, sangueira, o chouriço de abóbora e as carnes curadas (Pá, Pernil, Barriga, Pé, Peito e Cabeça).
Os produtores “aumentaram significativamente a produção, quer no número de animais abatidos e, consequentemente, na produção do fumeiro. São cerca de 50 toneladas de fumeiro e cerca de 50 toneladas de outros produtos que estarão à venda na envolvência da feira”, adianta.
À semelhança de anos anteriores, a qualidade é garantida através de uma “fiscalização muito apertada dos produtos que entram” no recinto.
De acordo com Fernando Pereira, coordenador técnico na Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosa, a qualidade do produto deriva das raças autóctones e do clima da região.
“O processo de fabrico do próprio fumeiro necessita de ter uma temperatura controlada, temperaturas baixas, temperaturas de refrigeração, para garantirem uma boa qualidade final. Essas temperaturas são conseguidas aqui, nesta zona, em zonas de montanha”, explica.
Já as raças dos porcos “crescem pouco, mas tendem a fazer uma infiltração de gordura nas miofibrilhas, nas fibras musculares. Essa gordura é o que vai dar, depois, o toque especial de sabor de tenrura e de sabor ao produto final ao enchido e, neste caso, ao presunto”, acrescenta.
O fumeiro que tem mantido o preço ao longo dos últimos 10 anos, vai registar, este ano, um aumento ligeiro, cerca de dois euros por quilo.
“O preço aumentou um bocadinho, há que dizê-lo, mas o fumeiro não sofria um aumento de preços há mais de 10 anos. Considerando que houve um aumento nos custos de produção muito significativo, penso que é de todo justo que os produtos, que saem das mãos das nossas barrosãs, seja assim valorizado”, nota Fátima Fernandes.
A feira é organizada pelo município e Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã.
Para além de fumeiro, o certame também se faz de outros produtos como chás, compotas, licores, mel, batata e pão. Ao todo, são 60 expositores. Já nos restaurantes da região é possível saborear práticos típicos à base de enchidos, com especial destaque para o cozido barrosão.