10 out, 2023 - 19:50 • Ana Catarina André
O presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, pede um aumento das comparticipações sociais já a partir de janeiro.
“Se o Estado aumenta e bem o salário mínimo [para 820 euros] é natural que aumente também o impacto que esse salário mínimo tem no custo final das respostas sociais”, diz Manuel Lemos à Renascença.
O presidente da União das Misericórdias defende que, na sequência da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), é preciso “fazer contas certas” para que o Governo compense o impacto da subida dos custos para as instituições sociais.
“Estamos muito preocupados com o Orçamento”, afirma Manuel Lemos.
“O Governo diz que este valor [do salário mínimo] vai ser compensado nos termos dos acordos de cooperação, mas temos de fazer essa compensação – pelo menos uma parte significativa – já em janeiro, porque no fim do mês temos de pagar aos trabalhadores”, sublinha.
O presidente da União das Misericórdias adianta que o setor já pediu reuniões com executivo para esclarecer o tema e alerta: “De outra maneira, o setor pura e simplesmente não aguenta”.
Segundo Manuel Lemos, o aumento das comparticipações não deve incidir apenas sobre os 820 euros do salário mínimo. “Estamos a falar de tudo o resto: descontos para a segurança social, seguros, 13º e 14º mês. Tudo isso tem impacto.”