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Cientistas preparam condicionador de cabelo amigo do ambiente

12 abr, 2023 - 11:09 • Olímpia Mairos

Os investigadores acreditam que o novo produto “poderá ter um elevado impacto na indústria do cuidado capilar, uma vez que vai permitir a substituição de compostos produzidos a partir de matérias-primas não renováveis, como o petróleo, e outras obtidas a partir de matérias-primas necessárias na alimentação humana e animal, como o óleo palma”.

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Uma equipa de cientistas do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver um condicionador de cabelo a partir de resíduos agroflorestais e de espécies invasoras.

A iniciativa está inserida no projeto “Lignin for hair” que visa “preparar novos derivados catiónicos da lignina para serem usados como condicionadores nos produtos capilares e assim, constituírem uma melhor alternativa aos agentes tradicionais”.

Segundo Luís Alves, investigador do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) do DEQ, a lignina será obtida por “extração de materiais lignocelulósicos por via de procedimentos ambientalmente mais eficientes e sustentáveis”, explicando que a lignina, “o segundo polímero mais abundante em materiais lignocelulósicos, como a madeira, serve como ‘cola’ de todos os constituintes desses materiais”.

Embora o projeto se encontre ainda numa fase inicial, o investigador assinala que já têm “resultados relacionados com o processo de fracionamento com recurso a solventes de origem sustentável, baseado no conceito de economia circular uma vez que um deles é obtido a partir da madeira”.

Para chegar ao produto final será necessário “extrair e caracterizar a lignina a partir de resíduos agroflorestais ou de espécies invasoras explorando solventes com componentes de origem natural”.

“Numa segunda fase, a lignina extraída será quimicamente modificada de modo a interagir com as fibras capilares e promover o efeito condicionador. Nesta modificação também serão priorizadas metodologias sustentáveis. Já a terceira fase será dedicada à avaliação da eficácia do produto”, adianta a equipa da FCTUC.

Os investigadores acreditam que este produto “poderá ter um elevado impacto na indústria do cuidado capilar, uma vez que vai permitir a substituição de compostos produzidos a partir de matérias-primas não renováveis, como o petróleo, e outras obtidas a partir de matérias-primas necessárias na alimentação humana e animal, como o óleo palma”.

O projeto “Lignin for hair” tem uma duração de 18 meses, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, e conta com a participação de investigadores do DEQ e da Universidade do Algarve.

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